5G – Como reduzir os riscos antes do lançamento
Enquanto a experiência da “banda larga em todos os lugares” promete muitos benefícios, tanto para os consumidores quanto para as operadoras, o lançamento do 5G representa um grande risco para as empresas do setor de telecomunicações, em especial as de telefonia móvel e de cabo. Este artigo mostra como reduzir as ameaças e colher recompensas como a nova tecnologia.
Shameka Young, vice-presidente da prática de comunicações da Cognizant
A tecnologia 5G está criando expectativas dos profissionais do setor e consumidores, que esperam uma rede ultrarrápida e altamente confiável, capaz de alterar para sempre o mundo das telecomunicações. Tudo indica que os usuários e as empresas vão adotar a experiência “banda larga em todos os lugares” do 5G, porém ainda não está claro como os provedores de serviços de comunicação (CSPs) e as operadoras de telefonia móvel recuperarão os seus investimentos em curto prazo e para além do lançamento. Entretanto, uma abordagem desenhada para o 5G ajudará a reduzir o risco.
Entre os maiores riscos está a incapacidade de responder como e onde o 5G se tornou “essencial” para o mercado corporativo e usuários finais, muitos dos quais não devem ver o avanço tecnológico como nada além de um canal maior de dados. Cabe às operadoras afirmar que o 5G é muito mais do que velocidade, antes que empresas de jogos, OTT – Over the Top e outros provedores de serviços o façam por elas.
O 5G sinaliza muitas mudanças para os CSPs, que devem esperar uma ruptura em seus modelos de negócios. Atualmente, a maior parte da receita de um CSP vem de contratos, equipamentos no local, também conhecidos como CPEs, como roteadores e set-top boxes e taxas de instalação. Porém, o advento do 5G sugere que esses provedores precisarão mudar, acrescentando produtos e serviços de valor agregado, feitos sob medida para casos específicos de uso. A maneira mais rápida de chegar a essa adaptação é fazer parceria com outras empresas no ecossistema – algo que a maioria dos provedores de serviços acha desafiador.
As oportunidades são enormes, tão grandes quanto os palpites das pessoas neste momento. A IHS Markit divulgou a exuberante estimativa de US$ 12,3 trilhões de receita para o escopo do 5G em uma ampla gama de setores. Seja qual for o tamanho do mercado, as operadoras que reduzirem os riscos de lançamento da tecnologia aproveitarão a sua parte das heranças antes dos demais.
À beira da implantação do 5G, aqui estão quatro ações que as operadoras podem tomar hoje para estabelecer uma base para o sucesso amanhã.
Concentre-se nos casos de uso mais benéficos e visíveis
Antes da implantação, os operadoras devem pensar em como criar serviços para envolver os casos mais pertinentes de uso. Como fazer isso? Comece olhando para a base de clientes e, em seguida, concentre-se nos setores que mais se beneficiarão com um “tubo” super-rápido e com baixa latência.
Com o investimento existente hoje na IIoT – Internet das coisas industrial e o aumento exponencial do volume de dados, a manufatura e logística são exemplos de setores que se beneficiarão com o 5G. O segmento de saúde é outro exemplo. Se as equipes das operadoras puderem analisar, criar e ativar vários serviços e recursos essenciais para desafios de negócios e casos de uso específicos agora, é possível estar mais bem posicionado quando o 5G entrar em ação.
Para os consumidores, faça estudos em torno da conveniência
A maioria dos consumidores não está interessada na tecnologia exata que lhes permite acessar dados móveis com rapidez, precisão e confiabilidade. Por conta disso, a história do 5G de ser a maior, a melhor e a mais rápida tecnologia provavelmente não vai chamar a atenção. O provedor precisará amarrar essas características à conveniência.
Crie uma mensagem que vá além de “rede pela rede” e que demonstre a arte do possível. Em seguida, planeje ofertas de serviços que aumentem a conveniência para o consumidor. A “casa conectada”, por exemplo, não atingiu todo o seu potencial em parte porque os CSPs ainda não criaram mensagens atraentes em relação a sua conveniência, como segurança doméstica oferecida como um serviço gerenciado. Então, essa oportunidade está aí para ser aproveitada. Os clientes só querem que os CSPs gerenciem isso.
Outra possibilidade para atrair consumidores é se oferecer para remover a carga dos ombros dos usuários de negócios, aquela que têm o peso de se manter atualizado com a tecnologia de rede. Crie ofertas completas e fáceis de entender para os seus clientes, com a promessa de cuidar de todo os detalhes.
Encontre novas formas de monetizar os dados dos clientes
Tanto para empresas quanto para os usuários finais, capturar e dar sentido aos seus dados gerará novas oportunidades. O truque é aprender com os “códigos halos” ou “pegadas digitais” dos clientes. São as ações que cercam cada interação e transação digital e é possível aproveitar esses conhecimentos para gerar mais valor para o cliente. A introdução de novas CPEs capazes de fomentar a rede 5G mais rápida criará milhares de dados adicionais, que podem ser adicionados aos trilhões de dados atuais que fornecem valor limitado, como forma de melhorar a experiência do cliente e permitir oportunidades e vendas cruzadas.
Entenda onde e como você deve fazer parcerias
O 5G já tem um vasto ecossistema de organizações, incluindo operadores de rede, fornecedores de componentes e tecnologias, dispositivos OEMs, provedores de infraestrutura e desenvolvedores de conteúdo e aplicativos, cada um trabalhando para completar a sua parte no quebra-cabeças da tecnologia. Todos farão parte da tarefa para o 5G funcionar. Os CSPs, tradicionalmente, não se destacaram nas parcerias para a prestação de serviços, preferindo, no passado, desenvolver e trazer ao mercado suas próprias habilidades.
Agora isso vai mudar. A chegada do 5G é um momento para essas empresas aprenderem mais sobre como fazer parcerias para criar e habilitar serviços. A velocidade e a agilidade obtidas pelo engajamento dos parceiros certos serão um fator crítico de sucesso do 5G. Escolher parceiros que têm a capacidade de escalar rapidamente diminuirá o risco. Certifique-se de aproveitar os parceiros e entender quais recursos poderá usufruir. Não se trata apenas de um componente do produto, mas de por para fora suas as necessidades, adaptar e então seguir em frente.
O pensamento “se você construir, eles virão” não é uma estratégia vencedora do 5G. O engajamento transcende uma rede rápida e eficaz ou a realização de uma pesquisa ocasional do cliente. Engajamento significa criar um diálogo bidirecional, fazer perguntas e depois ouvir o que os clientes precisam e desejam, bem como o que os parceiros têm a oferecer.