5G e a Internet das coisas
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
O 5G dará suporte a inúmeras novas aplicações e, com certeza, a tecnologia trará grandes oportunidades para a IoT – Internet das coisas. É claro que as redes existentes possibilitam conectar diferentes dispositivos. Mas o 5G promete muito mais velocidade e praticamente zero latência, fundamental para uma conexão confiável e para o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores.
O mercado global de Internet das coisas segue em franca expansão. De acordo com a IoT Analytics, que fornece insights de mercado para IoT, M2M e indústria 4.0, até o final deste ano 21,7 bilhões de dispositivos estarão ativos e conectados em todo o mundo, sendo 11,7 bilhões (ou 54%) via IoT. Em 2025, estima-se que o número de conexões IoT alcance 30 bilhões, com uma média de quatro aparelhos por pessoa.
O Brasil começa a pavimentar o caminho para criar um ecossistema mais conectado. Apesar das polêmicas e divergências políticas, a promessa é de que o leilão do 5G aconteça ainda no primeiro semestre de 2021. No dia 9 de dezembro último, a Câmara dos Deputados criou um grupo de trabalho para acompanhar as implementações de 5G no país e propor medidas de aperfeiçoamento da legislação relacionada aos serviços de telecomunicações.
Em novembro último, o Plenário do Senado aprovou o PL 6.549/2019, projeto de lei que incentiva a Internet das coisas. Na prática, ele isenta o recolhimento do Fistel – Fundo de Fiscalização das Telecomunicações para dispositivos móveis de IoT e reduz a zero as taxas de fiscalização e instalação dos sistemas de comunicação máquina a máquina. A isenção tem prazo de cinco anos. O texto também dispensa a licença para esses equipamentos funcionarem.
O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o Senai – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial vão realizar, até o dia 4 de janeiro de 2021, a “Chamada Pública IoT – Eficiência Industrial”. Desde o dia 1 de dezembro, indústrias de todo o país podem inscrever projetos que possibilitem aumentar a eficiência e a competitividade, utilizando a tecnologia de Internet das coisas.
Os projetos devem ter duração mínima de seis meses e máxima de um ano. As propostas selecionadas poderão receber até R$ 1,5 milhão. Mais informações no link https://www.senairs.org.br/chamada-iot-eficiencia-industrial.
Mas, o 5G e a IoT trazem desafios; um deles é a questão de segurança cibernética. Como afirmam os advogados André Damiani e Blanca Albuquerque, da Damiani Sociedade de Advogados, em um artigo publicado nesta edição, “com tantas “coisas” sendo controladas via Internet, tudo fica mais suscetível a ataques de hackers, por meio de botnets”. Para eles, é preciso ter cautela e seguir os parâmetros legais da segurança digital estabelecidos pela LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados.
Boa leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.