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A banda larga fixa na percepção dos consumidores
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
Os consumidores brasileiros não estão satisfeitos com a banda larga fixa oferecida por suas prestadoras de serviços. É o que mostra a sexta edição da “Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida 2020”, divulgada pela Anatel este mês.
Ao contrário dos serviços de telefonia fixa e telefonia celular, que no ano passado tiveram melhorias na avaliação geral dos consumidores, a banda larga fixa patinou e foi destaque negativo na pesquisa, com uma satisfação geral média de 6,51, em uma escala de 0 a 10. Em 2019, esse número foi de 6,63.
De acordo com o estudo, a telefonia móvel pós-paga foi o serviço mais bem avaliado, com uma satisfação geral média de 7,49 pontos. Em seguida estão a telefonia móvel pré-paga e telefonia fixa, com 7,45 e 7,36, pontos, respectivamente. Já a TV por assinatura se manteve estável com 7,17 pontos.
Para Gustavo Santana Borges, superintendente de controle de obrigações da Anatel, este resultado pode ser justificado pela mudança de comportamento e do perfil de uso da banda larga, devido à pandemia da Covid-19.
“Com isolamento social, as pessoas passaram a usar os seus planos residenciais para atividades que antes não eram realizadas, como home office e estudos on-line. Isso acabou estressando as conexões domésticas”, diz Borges, acrescentando que os picos de tráfego aumentaram mais de 50% no ano passado e não são mais registrados apenas à noite, como antes da pandemia. “Hoje, há grandes picos nos horários da manhã, tarde e noite”.
Segundo o levantamento, 63% dos consumidores entrevistados disseram que precisaram entrar em contato com o prestador de serviços para tratar de problemas relacionados ao funcionamento da Internet fixa. Os respondentes ainda relataram dificuldades com assuntos relacionados a cobrança, tempo de atendimento e cancelamento ou mudanças de planos.
Em contraponto à percepção dos consumidores, Borges destaca que os prestadores de serviços adaptaram rapidamente suas infraestruturas de redes para darem vazão ao alto volume de tráfego gerado pela pandemia. “As redes de fibra óptica estão se espalhando pelo Brasil e a oferta de serviços de banda larga com a tecnologia aumentou significativamente. Assim, é natural que a qualidade dos serviços seja superior”.
Para o gerente de interações institucionais, satisfação e educação para o consumo da Anatel, Fábio Koleski, falta uma maior clareza das prestadoras de serviço com os consumidores em relação aos aspectos técnicos da oferta do serviço. “É preciso orientar melhor o assinante sobre as limitações e capacidade da sua conexão. O usuário precisa entender o que ele consegue fazer com a velocidade contratada”.
A pesquisa entrevistou 92.188 consumidores de 11 prestadoras de serviços com pelo menos 10 mil acessos/contratos ativos (pessoa física) nos Estados em que atuam. A Anatel definiu os entrevistados em sorteio aleatório, a partir das bases de consumidores encaminhadas por cada prestadora. Os dados foram coletados entre 15 de julho a 16 de novembro de 2020.
Infraestrutura de rede – Cabos ópticos
Proteger os cabos ópticos contra penetração de água é fundamental para garantir a qualidade da instalação. Um artigo publicado nesta edição mostra as principais características e diferenças entre os cabos ópticos geleado, seco ou totalmente seco.
Segundo o autor, este assunto gera dúvidas para muitos técnicos de operadoras e provedores, responsáveis pela definição e escolha dos cabos ópticos. Ele ainda ressalta que “a proteção à penetração e propagação da água nos cabos ópticos é uma característica extremamente importante para o desempenho e tempo de vida das fibras ópticas”.
Boa leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.