A conectividade para as redes do futuro
O alicerce do futuro são os backbones de grandes operadoras e também de pequenos provedores de Internet, que conectados levam novas oportunidades de negócios para todo o Brasil.
Hermano Albuquerque, diretor geral LATAM para o Grupo Halo/Skylane
Pense em uma tendência de tecnologia para os próximos anos. Provavelmente, passou pela sua cabeça as redes 5G, edge computing, IoT – Internet das coisas, nuvem, data analytics, inteligência artificial ou metaverso, tudo isso converge para uma única necessidade: redes mais robustas para transportar a grande quantidade de dados que essas tecnologias geram.
O alicerce do futuro são os backbones de grandes operadoras e também de pequenos provedores de Internet, que conectados levam novas oportunidades de negócios para todo o Brasil. Uma infraestrutura que tem avançado e se modernizado, pois se em 2017 apenas 78% dos provedores de Internet usavam a fibra óptica, hoje já são 91%, segundo dados da pesquisa TIC Provedores realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil.
A adoção da fibra óptica como tecnologia padrão de conectividade é um sinal de que estamos investindo na direção certa. Ela é hoje a melhor opção de conectividade existente e a que consegue alcançar as mais altas taxas de velocidade na transmissão de dados. O último recorde registrado foi em 2021 pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) do Japão, que conseguiu transmitir 319 Tbps por 3 mil km com uma fibra óptica de 4 núcleos.
Então, se o futuro exige uma conectividade avançada com velocidades cada vez mais altas e com baixa latência é por meio da fibra óptica que iremos chegar lá. Inclusive para sustentar as redes móveis que estão em plena evolução no Brasil e no mundo. Afinal, a base da infraestrutura 5G exige um backbone de fibra óptica bem estruturado conectado às inúmeras estações de rádio base que irão transmitir as frequências da quinta geração de telefonia celular.
Mas apesar dos avanços que tivemos na infraestrutura das redes, há ainda muito a evoluir para alcançar um padrão mínimo que abrace todas essas novidades que estão surgindo no mercado. Essa demanda somada à boa perspectiva de crescimento tanto para o mercado de TI, quanto ao de telecom, levam o setor a uma corrida para melhoria de infraestrutura de rede.
O setor de telecomunicações por sinal, anda na contramão da crise econômica. No Brasil a expectativa de crescimento em 2022 é de 8,2% para o setor de TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação, sendo 10,6% para o segmento de TI e 4% para telecom, segundo o estudo “IDC Predictions Brazil”, realizado pela IDC Brasil.
O único desafio para o aprimoramento das redes está relacionado aos elevados investimentos. Porém, mesmo neste cenário, estamos avançando em todo o território nacional, principalmente considerando os R$ 48 bilhões que as empresas vencedoras do edital do 5G devem investir aliados à necessidade de modernização das infraestruturas existentes.
Dados e mais dados
Não é só o 5G que exige aumento de capacidade. De fato, podemos ver um crescimento constante de tráfego na rede em geral, tanto que o PTT – Ponto de Tráfego Internet do IX.br (Brasil Internet Exchange) alcançou mais uma marca histórica de troca de tráfego de dados, chegando a 20 Tbit/s em dezembro de 2021, um número 43% maior do que o registrado no mesmo mês de 2020.
Esse marco é um indicador importante para os provedores e operadoras e deixa mais evidente a necessidade de ampliar o investimento nas redes. Afinal, se a pandemia do coronavírus nos ensinou alguma coisa, foi que a nossa sobrevivência econômica e social está ligada à capacidade de trabalhar e se divertir a distância.
Esse é o momento em que novas tecnologias estão se firmando e anunciando realidades interconectadas, como é o caso do metaverso, conceito que tem avançado no mercado e une o espaço digital com tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, exigindo largura de banda para trafegar uma grande quantidade de dados.
Sem falar nas inúmeras soluções tecnológicas que estão surgindo em setores importantes para a sociedade como a educação, a segurança e a saúde. Como exemplo, a educação passa a investir cada vez mais em plataformas e metodologias de ensino interativas que envolvem o universo digital.
A segurança também está evoluindo com investimentos em recursos de inteligência artificial e videomonitoramento para um trabalho mais assertivo. E a saúde passa a descentralizar o trabalho médico e necessita de redes ininterruptas e com alta capacidade para transmitir dados e imagens essenciais para o diagnóstico dos pacientes.
Isso tudo converge para a realidade digital que tanto queremos, incluindo os serviços na palma da mão, anywhere office e cidades digitais. O caminho para essa realidade é feito por fibras ópticas com sistemas de alta qualidade.