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A inteligência artificial afetará sua carreira?
Edgar Amorim, facilitador DiSC e coach executivo, da Amorizar Pessoas
Há algumas semanas participei de um evento onde houve uma palestra sobre tópicos de inteligência artificial apresentados nas conferências “SXSW24” (@sxsw) e no “atd24” (@atdnational) e muitas perguntas surgiram sobre o tipo de ameaça que a IA traz para as várias carreiras.
Essa preocupação é muito pertinente, afinal a IA, que agora está amplamente disponível, é uma das grandes revoluções pela qual a sociedade começa a passar. Sócrates disse: “Livros são um obstáculo ao diálogo de ideias, a palavra escrita não pode contestar as perguntas e objeções do leitor”. A revolução industrial mudou os métodos de produção e a sociedade de uma forma geral. Muitos disseram que a TV iria matar o rádio. O computador revolucionou o tratamento das informações e permitiu o surgimento da Internet. Os robôs industriais eram vistos como vilões destruidores de milhares de empregos, mas acabaram eliminando funções e não empregos. Essas “novidades” da época mudaram a sociedade de forma importante e trouxe uma enormidade de benefícios, apesar de alguns pontos negativos – e a IA deverá seguir o mesmo caminho: espanto no início e na sequência a descoberta de inúmeras vantagens e com mudanças de funções e não necessariamente a eliminação de empregos.
Eu comecei a usar a IA no ano passado, depois que um amigo mencionou que montou o material institucional de sua empresa utilizando o ChatGPT. Eu já tinha “brincado” com ele, mas fazendo solicitações (prompts) simples, como por exemplo, “explique-me o que é IA”. Após saber como meu amigo usou a IA, eu passei a utilizá-la com propósitos claros. Primeiro foi para pesquisa. Para operar uma IA temos que enviar instruções para ela – que são chamadas de “prompt” – e depois ir refinando a solicitação até atingir o ponto desejado. Antes do uso da IA, para escrever um artigo para o qual eu escolhia um tema, eu usava muito o Google para pesquisar autores sobre o tema, compilava ideias e escrevia e reescrevia o texto até chegar ao ponto que eu queria. Isso muitas vezes demandava cerca de dois dias, pois intercalava com outras atividades. Quando comecei a usar a IA para a pesquisa, o tempo de escrita de um artigo caiu para cerca de meio período. Uma parte importantíssima é a criação do “prompt”, no início era preciso reescrever várias vezes para que a IA compreendesse exatamente o que eu buscava e fazer as relações solicitas. Após algum tempo fui refinando a escrita dos “prompts” e muitas vezes na primeira solicitação a IA devolve exatamente o que eu queria.
Essa é uma das aplicações mais simples. Existem outras aplicações que incluem inclusive a criação de um IA com competências específicas para cumprir papéis profissionais. Por exemplo, é possível criar uma IA diretor de marketing para que ela atue como tal. Para pequenos negócios essa é uma possibilidade espetacular, pois em geral empresas desse porte não têm recursos para contratar um profissional humano para tal função. Nas grandes empresas essa tal “IA diretor de marketing” pode agilizar a coleta e compilação de informações para o diretor de marketing humano.
Recentemente, eu usei a IA NotebookLM para criar um podcast de um curso que ministro. O resultado é impressionante. Eu enviei o material de divulgação do curso para a IA e solicitei a criação de um podcast em português brasileiro que tratasse do curso. Mesmo tendo trabalhado por décadas em TIC, fico impressionado. Ouça o resultado desse podcast em https://bit.ly/iapodcastcurso.
Em relação a carreira, certamente algumas funções deixaram de existir – tal como aconteceu com o(a) ascensorista, o(a) datilógrafo(a), a telefonista e tantas outras. Isso não significa que as pessoas que atuavam naquelas funções tenham ficadas desempregadas, mas tiveram que desenvolver novas competências para recolocarem-se no mercado. Assim será com a IA – ela vai acabar com certas funções, principalmente as repetitivas que tratam volume grande de dados, e vai exigir das funções que continuarão existindo que seus profissionais desenvolvam competências para o uso das IAs.
Você já conhece alguma IA? Se sim, sabe extrair todo o potencial dela? Se não, em que dia vai começar a estudar IA?
Sucesso!
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.