A relação entre big data e inteligência artificial
Thoran Rodrigues, BigDataCorp
Basicamente, o big data é a principal fonte de combustível para a IA – inteligência artificial. Apesar desses dois conceitos ainda soarem um pouco futuristas para o público leigo, eles já estão entre nós, e a sociedade cada vez mais sofre influência e interferência desses sistemas informacionais. No entanto, em vez de vivermos em um mundo repleto de robôs, a inteligência artificial que faz parte das nossas vidas tende a ser invisível.
O big data reúne a imensa quantidade de dados digitais disponível na rede que, quando exposta, permite a criação de modelos que analisam e antecipam o comportamento e a dinâmica de sistemas e interações complexas. Esses dados derivam não só da rotina de navegação dos indivíduos, como também do rastro digital que os indivíduos deixam, muitas vezes sem perceber, na Internet.
Olhando para o mundo on-line, cada pessoa possui bilhões de características diferentes. O desafio é descobrir quais dessas são relevantes na hora de se analisar e determinar o comportamento de cada um. Logo, é preciso possuir ferramentas que permitam a manipulação e o estudo desses bilhões de dados. Entender mais sobre esses elementos, suas origens e tentar prever suas condições futuras permite planejar melhores tomadas de decisões.
É aí que entra a inteligência artificial. A automação dos processos de identificação e análise de dados não se restringe a isso. A IA pressupõe um processo de machine learning constante que, como o próprio nome já diz, é quando a máquina é dotada da capacidade de aprendizado. O machine learning, ou aprendizado de máquina, utiliza códigos para fazer uma varredura em grandes quantidades de dados em busca de padrões. Esses códigos, quanto utilizados de maneira constante em porções de informação cada vez maiores, conseguem trabalhar com análises muito mais rapidamente do que uma pessoa conseguiria manualmente.
Essa condição pode parecer básica, mas não é. Aprender é uma capacidade inerentemente humana, que faz com que a cada tentativa sem sucesso de atingir um objetivo, a pessoa empreenda raciocínio lógico e criatividade para criar novas alternativas para atingir o mesmo fim. O machine learning segue o mesmo princípio, o que faz com que os resultados se tornem cada vez mais assertivos e específicos.
Para chegar perto das variações e quantidade de dados que a mente humana é capaz de processar de forma intuitiva, uma máquina precisa ter acesso a grandes quantidades de informações, normalmente não estruturadas e contínuas: o big data.
Na prática, a IA já é uma realidade. O momento atual é de amadurecimento e consolidação no mercado, nos mais variados segmentos. É verdade que, com a automação dos processos, alguns cargos podem ser suprimidos, mas nem por isso a inteligência artificial deve ser compreendida como inimiga. Quando os funcionários de uma empresa não precisarem mais perder tempo executando atividades repetitivas e de baixo valor agregado, isso significa que eles terão mais liberdade para investir seu tempo no que realmente importa.
Formado em engenharia de computação, mestre em informática e com um MBA em gestão de negócios pela PUC-RJ, Thoran Rodrigues tem 15 anos de experiência no mercado de tecnologia. Já trabalhou em laboratórios de pesquisa e empresas de diversos tipos e portes. Em 2013, fundou a BigDataCorp., uma empresa especializada em projetos de big data e na automação de processos de informação.