ABDC quer incentivar e estruturar mercado de data centers no Brasil
Redação, Infra News Telecom
Criada há um ano com o objetivo de apoiar o crescimento do mercado de data centers no país, a ABDC – Associação Brasileira de Data Center comemora os resultados de suas conquistas. A instituição é comandada por Gustavo Moraes, com 27 anos de experiência em gestão de ambientes de missão crítica e facilities, e tem profissionais de peso na sua administração que colaboram para estruturar o setor no país.
Uma de suas principais frentes de atuação é a educação. A ABDC criou uma plataforma de EAD – educação a distância com o objetivo de formar mão de obra qualificada para o setor. São oferecidos treinamentos técnicos e práticos gratuitos e de custos acessíveis para seus associados. Hoje, dois cursos estão disponíveis “Introdução ao mundo de data center” e “Design, projeto e construção de data center”.
O primeiro aborda os conceitos básicos de data center e requerimentos necessários para a sua construção, tratando da operação e gestão do ambiente, além de questões sobre o mercado, histórico e tendências para o setor.
A diretora de relações institucionais da ABDC, Gizele Nisi, acrescenta que, em março, o curso será realizado de forma presencial. “Nossa meta é disponibilizar outros cursos presenciais. Estamos trabalhando neste formato”, diz.
Já o treinamento “Design, projeto e construção de data center” trata desde premissas básicas para o desenvolvimento de projetos até o gerenciamento da construção de um data center, passando por disciplinas que envolvem a infraestrutura do ambiente, como telecom, refrigeração, elétrica e análise de risco. Também são discutidos estudos de caso e conceitos práticos.
Segundo Gizele, ainda no primeiro semestre deste ano serão lançados treinamentos com temas voltados para as áreas de segurança da informação, telecom, sistemas de climatização e elétrica para data centers.
Com mais de 60 associados, entre empresas e pessoas físicas, a instituição também trabalha no desenvolvimento de normas técnicas nacionais, guias de boas práticas, estratégias de cooperação e apoio do poder público e ações para ampliar as relações com outras entidades de classe, universidades, entre outros.
Pesquisa do mercado de data center
A ABDC está elaborando uma pesquisa para mapear o mercado brasileiro de data centers. A primeira etapa do estudo traz números que impressionam. O país tem 22 mil empresas com Cnae – Classificação Nacional de Atividades Econômicas de data centers (serviços de infraestrutura, tratamento de dados e co-location) e a maioria delas (13.351) está localizada no Estado de São Paulo.
O faturamento anual dessas companhias está dividido da seguinte forma: mais de 100 acima de R$ 90 milhões (0,61%); 73 de R$ 4,8 milhões até R$ 90 milhões (0,33%); 16.791 até R$ 480 mil (76%); 570 de R$ 480 mil até R$ 4,8 milhões (2,58%); e 11 até R$ 81 mil (0,05%) – as demais empresas correspondem a 4515 (20,43%).
O setor gera ainda 190 mil empregos diretos e indiretos. “Com esse mapeamento teremos informações valiosas para entender quais são os benefícios que podemos oferecer para os nossos associados e iniciativas que precisam ser realizadas junto ao poder público”, acrescenta Gizele.
A próxima fase é identificar quais são as empresas que fazem parte desse universo, detalhando as suas expectativas e capacidade de investimento, por exemplo.
Nos últimos anos, o setor de data center tem crescido a passos largos para atender, principalmente, a grande demanda por maior largura de banda tanto do mercado corporativo quanto dos consumidores finais, além da adoção cada vez maior de tecnologias como IoT – Internet das coisas e nuvem. Outro fator que deve intensificar esse mercado é o 5G. “Muitas empresas vão trabalhar de forma híbrida, com data centers em nuvem e on-premise. Além disso, o 5G vai exigir dos data centers com maior capacidade de processamento em tempo real”, diz Gizele.
Ela também destaca que as pequenas e médias empresas têm dificuldades de elaborar planos de construção e expansão de seus data centers com capacidade futura. “O setor tem uma grande carência de conhecimento. Estamos empenhados em desenvolver ações que possam contribuir com o desenvolvimento desse mercado no Brasil”, conclui a diretora.