É preciso agir para alcançar o sucesso profissional
Edgar Amorim, Analista comportamental e coach, da Amorim & Pimentel
O mundo está passando por grandes transformações – e cada vez mais rápidas. No passado bastava conseguir um bom emprego e a vida estava praticamente garantida. Hoje não é assim que funciona. Muitas funções estão desaparecendo, outras estão sendo automatizadas por computadores e robôs e outras estão surgindo. Isso significa que as pessoas terão que ir além, terão que melhorar ou desenvolver competências – principalmente as relacionais e comportamentais (os soft skills).
Já falamos sobre planejamento de carreira, de caminhos para avaliação e desenvolvimento de competências para o bom profissional. Você também deve ter observado que sempre termino os artigos perguntando quando colocará o novo aprendizado em prática. A pergunta não é só retórica, é um convite à ação e para instigar a sua mente a pensar em como colocará em prática o novo conhecimento.
Todos devem conhecer o jogador de basquete brasileiro Oscar Schmidt, considerado um dos melhores jogadores do Brasil e do mundo e o maior pontuador de todos os tempos. Em várias entrevistas ele faz questão de mencionar que os resultados que obteve aconteceram não por sorte ou acaso, mas devido a muito trabalho. “Quando jogava, Oscar recebeu o carinhoso apelido de “Mão Santa”, por conta de sua pontaria em quadra. Apesar de adorar a alcunha, no entanto, ele faz questão de ressaltar que a mão não é santa, mas sim muito bem treinada. Por esse motivo, a importância do trabalho duro e da dedicação, assim como da paixão pelo que se faz”. Ele menciona que o “trabalho duro” que realizou acontecia até fora dos treinamentos “oficiais”. A paixão e a sua vontade de obter um alto desempenho o impulsionava a treinar insistentemente os arremessos à cesta.
Assim como a história do Oscar, existem tantas outras que demonstram que agir é de suma importância para a obter resultados. Não adianta realizar um bom planejamento ou ter o sonho de melhorar a carreira, se não houver ação. Agir é o fator que culmina no resultado almejado – que nem sempre vem no primeiro momento. Por muitas vezes, é preciso ter persistência e resiliência.
É importante destacar que a ação sem planejamento, na maioria das vezes, não traz resultados. Então, é necessário o tempo do diagnóstico e do planejamento para agir, medindo os resultados para verificar a necessidade de ajustes. Em artigos anteriores fornecemos recursos para fazer o diagnóstico sobre você e a sua forma de atuar profissionalmente para compreender onde é possível melhorar. Também falamos da importância do planejamento e sugerimos passos para fazê-lo. Essas informações todas deverão responder as seguintes perguntas:
1 – Qual é o seu objetivo?
Sempre discriminado de forma muito clara a sua meta. Veja o artigo sobre a meta SMART para determinar claramente e com precisão aonde quer chegar.
2 – Porquê almeja essa meta?
Indicará a razão para almejar determinada meta e será o motivador para agir, principalmente, nos momentos mais difíceis.
3 – O que fazer?
Indicará as atividades que deverá realizar para atingir a sua meta.
4 – Como fazer?
Indicará a forma que colocará em prática as atividades planejadas.
5 – Quando?
Indicará o dia, hora e local em que realizará cada uma das atividades necessárias. Todo este processo demanda tempo e não estamos acostumados a atuar desta forma. A cultura latina dá uma importância muito forte à hierarquia e isso faz com que as pessoas fiquem aguardando “alguém” definir os rumos que elas devem seguir. No Brasil, em particular, a cultura vigente é muito paternalista e cria uma sensação nas pessoas de que tudo deve ser “dado” pelo governo, pela empresa ou pelo “outro”. Isso diminui muito, quando não elimina totalmente, a competência de proatividade, de realizador – extremamente necessária para o autodesenvolvimento e para a conquista pessoais e profissionais.
Todas essas etapas são factíveis por qualquer pessoa. A fase de planejamento demanda tempo e paradas para refletir sobre cada tópico. Uma vez finalizada esta etapa, é preciso colocar em prática o que foi planejado. Esta etapa exige muita perseverança para realizar todas as ações necessárias, mesmo quando as dificuldades surgirem. É nesta hora que se deve lembrar a razão de suas ações.
Se você não conseguir superar as dificuldades, existe a opção de buscar um profissional que o ajude a validar e colocar em prática o seu planejamento, como um coach, que aplica a técnica de coaching para trabalhar todos esses pontos. O profissional de coaching ajuda a pessoa a clarear a sua meta, encontrar opções e se organizar para executar as tarefas necessárias. Mas sempre todas as escolhas são da pessoa e não do coach.
Para finalizar, quero citar que o nosso cérebro é uma máquina maravilhosa e que tem uma característica muito especial chamada de neuroplasticidade. Isso significa que o cérebro pode modificar, mover ou criar funções, criando novas competências. Assim, a síndrome de “Gabriela” não existe (eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim).
Para os mais ansiosos, a PNL – Programação Neurolinguística mostra que um novo hábito pode ser incorporado à pessoa após 21 dias de repetição. Assim, o que hoje, amanhã e nos próximos dias parece muito difícil e “chato”, depois de três semanas começara a fazer parte do seu repertório. Lembrem-se de quando começaram aprender a dirigir ou andar de bicicleta. No começo era tudo muito difícil, porém com o tempo trocar de marchas ou o equilíbrio na bicicleta é automático.
Aonde você quer chegar? Já fez o seu plano? Que dia e hora irá por em prática cada uma das ações?
Sucesso!
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.