Ameaças cibernéticas: É preciso ter um plano de ataque
Fernando Ortega, CISO da Paschoalotto
A segurança digital é uma preocupação persistente para governos, empresas e a sociedade em geral. Segundo um relatório da Allianz Commercial, em 2023, os ataques cibernéticos cresceram significativamente. Casos de sequestro de dados, também conhecidos como ransomware, aumentaram em 50% apenas no primeiro semestre em comparação com 2022, juntamente com um aumento nos casos de extorsão a empresas.
Essas estatísticas alarmantes instigam uma reflexão mais profunda sobre o universo online e a necessidade de torná-lo mais seguro. Nesse ponto, surge uma boa notícia: o avanço tecnológico está abrindo caminho para uma nova geração de ferramentas e técnicas de defesa cibernética, prometendo fortalecer nossas defesas contra ameaças digitais.
Aliados para a batalha
Uma área particularmente promissora na defesa cibernética é a aplicação de IA – inteligência artificial e ML – aprendizado de máquina. Essas tecnologias têm o potencial de revolucionar a forma como detectamos e respondemos a ataques cibernéticos. Algoritmos de IA e ML podem analisar grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões suspeitos e comportamentos anômalos que passariam despercebidos pela detecção humana. Com essa capacidade avançada de detecção, as organizações podem antecipar e neutralizar ameaças antes que elas causem danos significativos.
Outra frente importante na defesa cibernética é a implementação de blockchain. Originária como a tecnologia subjacente às criptomoedas, o blockchain está sendo cada vez mais explorado para fortalecer a segurança em diversas aplicações.
No contexto da segurança cibernética, o blockchain oferece um registro distribuído e imutável de transações, tornando extremamente difícil para invasores manipular ou comprometer dados. Além disso, a criptografia robusta empregada nessa tecnologia proporciona uma camada adicional de proteção contra ataques de hackers.
Não podemos ignorar a crescente adoção de soluções baseadas em nuvem. Observamos um movimento de empresas migrando seus sistemas e dados para ambientes virtualizados e altamente escaláveis. Essa mudança não apenas oferece maior flexibilidade e eficiência operacional, mas também melhora a segurança cibernética.
Provedores de serviços em nuvem investem pesadamente em medidas de segurança avançadas, incluindo firewalls, detecção de intrusão e monitoramento em tempo real, proporcionando uma proteção abrangente contra ameaças cibernéticas.
Além dessas tecnologias, há um aumento significativo na ênfase em educação e conscientização em segurança cibernética. Reconhecendo que os usuários finais muitas vezes representam o elo mais fraco na cadeia de segurança, organizações estão investindo em programas de treinamento para educar funcionários sobre práticas seguras de computação e como reconhecer e relatar atividades suspeitas. Ao capacitar os indivíduos a se tornarem conscientes e vigilantes em relação à segurança cibernética, as organizações podem reduzir significativamente o risco de violações de segurança causadas por erro humano.
A disputa ainda é longa
Embora os avanços promissores ainda sejam muitos, é importante reconhecer que a defesa cibernética é uma batalha contínua e em constante evolução. Os adversários estão constantemente inovando e desenvolvendo novas táticas para contornar as defesas existentes. Portanto, é importante que as organizações permaneçam ágeis e proativas em sua abordagem de segurança, investindo em tecnologias emergentes e melhores práticas de segurança.
É claro que as inovações que hoje temos no mercado são plenamente capazes de ajudar as empresas a combater as ameaças que estão, cada vez mais, sofisticadas. No entanto, a batalha pela segurança cibernética está longe de ser ganha, e é essencial que continuemos a avançar e adaptar nossas estratégias de defesa para acompanhar o ritmo das mudanças no ambiente digital.