Blockchain: A tecnologia mais disruptiva depois da Internet
Redação, Infra News Telecom
O tema blockchain tomou conta dos fóruns de tecnologia. Todos querem aprender mais sobre esta inovação e entender porque ela representa a maior transformação da sociedade depois da criação da Internet. Até o Fórum Econômico Mundial, um dos principais centros de pensamento do planeta, sentenciou que o blockchain é a tecnologia que irá moldar o futuro.
Tradicionalmente, ela foi desenvolvida para dar suporte ao Bitcoin. “Graças ao seu grande poder tecnológico, o blockchain ultrapassou essa função e evoluiu para atender qualquer outra aplicação que exija operações de registro”, afirma Sandro Magaldi, embaixador do Manual Blockchain, agregador de conteúdos colaborativo sobre blockchain e tecnologias transformadoras da era 4.0, como IoT, inteligência artificial, big data e cloud computing.
Segundo Magaldi, uma característica essencial para entender por que existe uma visão tão transformadora sobre a influência do blockchain é o fato de que não há uma instituição central por trás da tecnologia. “Ela se desenvolve de forma totalmente descentralizada e pulverizada. Milhões de agentes autenticadores em todo o planeta garantem a veracidade das informações e são remunerados por meio de moedas virtuais por sua ação”.
Na visão de Magaldi, os principais motivos que fazem o blockchain ser tão transformador quanto a própria Internet são:
Ruptura em toda cadeia de certificações
Principalmente em países extremamente burocráticos como o Brasil, a tecnologia tem potencial para, simplesmente, exterminar os cartórios, despachantes e todo tipo de intermediário que só existe para garantir a autenticidade de informações.
Redução das fraudes
Por causa do risco de fraudes, nunca será possível eliminar a figura das autenticações. O blockchain, no entanto, rompe o monopólio hereditário dos cartórios, descentralizando o processo por meio de sua rede com agentes independentes, que certificam a veracidade das informações que trafegam em sua rede. As possibilidades de sua utilização incluem emissão de passaportes, patentes, registros de posse e certidões de casamento.
Garantia do sigilo das informações
As maiores ameaças ocorrem sempre que há um agente que tem a posse de dados, cujo poder e riscos de mau uso crescem exponencialmente, conforme aumenta o volume de informações gerenciadas, formando um ciclo vicioso perigoso.
Uma rede descentralizada não pressupõe a necessidade de um poderoso guardião. Com isso, já existem diversas iniciativas na área médica para o armazenamento e compartilhamento de informações de pacientes, por exemplo. O protocolo de confiança do blockchain garante a segurança no manuseio desses dados, mitigando o risco dessas informações caírem em mãos erradas.
Integridade de processos
Esta é mais uma garantia do blockchain: processos íntegros na relação da iniciativa privada com a pública. Já existe uma experiência na Ucrânia onde o blockchain foi adotado no desenvolvimento de uma plataforma íntegra para a realização de leilões, imune a interferências ilícitas de agentes que atuam nas lacunas deixadas pelos sistemas atuais.
A rede garante a precisão das informações e total sigilo de seus emissores, enquanto o processo não se encerra. Todo processo é “vigiado” por milhões de computadores espalhados por todo o mundo que garantem a ocultação dos participantes do processo por meio de processos criptográficos.
Escalabilidade
O blockchain é intrinsecamente escalável devido ao seu modelo distribuído. Ele segue a arquitetura da Internet, onde cada nó contém o seu próprio recurso de processamento e armazenamento independente dos outros.
Segurança
É impossível para alguém alterar as transações ou os registros do livro geral presentes na cadeia de blocos.
No blockchain, a confidencialidade é garantida pela criptografia, que utiliza uma estrutura de chaves públicas e privadas. A PKI – Public Key Infrastructure é composta de pares de chaves públicas e privadas para garantir que somente participantes envolvidos em uma transação visualizarão a informação. Quando um remitente envia um dado para um destinatário, ele utiliza a chave pública do destinatário para encriptar o dado. Somente o destinatário, com a chave privada que lhe corresponde, poderá desencriptar a informação.