Brasil sofreu 23 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no 1º semestre de 2023
Redação, Infra News Telecom
Apenas no primeiro semestre de 2023, o Brasil sofreu 23 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. O país foi o mais afetado com o crime na América Latina e Caribe. A região contabilizou mais de 63 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos no mesmo período, com destaque para o México, México (14 bilhões), Venezuela (10 bilhões), Colômbia (5 bilhões) e Chile (4 bilhões). Os dados são relatório do “Cenário Global de Ameaças”, do FortiGuard Labs, laboratório de inteligência e análise de ameaças da Fortinet, empresa especializada em segurança cibernética.
O documento ainda destaca que ransomware está cada vez mais direcionado. O FortiGuard Labs documentou picos substanciais no crescimento de variantes de ransomware nos últimos anos, impulsionados em grande parte pela adoção de ransomware como serviço (RaaS). No entanto, o FortiGuard Labs descobriu que houve menos detecção de ransomware no primeiro semestre de 2023. Apesar do declínio, as organizações precisam manter a guarda. Esse fator reforça a tendência que o FortiGuard Labs observou nos últimos anos de que o ransomware e outros ataques estão sendo cada vez mais específicos e direcionados, graças à crescente sofisticação dos invasores e ao interesse de aumentar o ROI por ataque.
A FortiGuard Labs ainda descobriu mais de 10 mil vulnerabilidades exclusivas, 68% a mais do que cinco anos atrás. O aumento nas detecções de exploits exclusivos destaca os diferentes tipos de ataques maliciosos dos quais as equipes de segurança precisam estar atentas e como os ataques se multiplicaram e se diversificaram em um período relativamente curto. O relatório também mostra uma queda de mais de 75% no número de tentativas de exploração por organização, sugerindo que, embora as variantes de exploração tenham aumentado, os ataques são muito mais direcionados do que há cinco anos.
O relatório também retratou o aumento do malware de limpeza de dados, wipers, amplamente relacionado ao conflito Rússia-Ucrânia. O FortiGuard Labs continua observando os limpadores sendo usados por atores de estado-nação, embora a adoção desse tipo de malware por grupos cibercriminosos continue a crescer à medida que visam organizações dos setores de tecnologia, manufatura, governo, telecomunicações e saúde.
O relatório ainda aponta que, no primeiro semestre deste ano, o tempo médio que os botnets permaneceram antes que as comunicações de comando e controle (C2) cessassem foi de 83 dias, um aumento de mais de 1.000 vezes em relação a cinco anos atrás. Este é outro exemplo que demonstra porque a redução do tempo de resposta é essencial, quanto mais tempo as organizações permitirem que botnets permaneçam em sua rede, maiores serão os danos e os riscos para os negócios.
“A sofisticação das ferramentas e o alto nível de direcionamento dos ataques cibernéticos é uma das principais análises que tiramos dos novos números do FortiGuard Labs. O setor tem um grande desafio relacionado à escassez de habilidades em segurança cibernética, que tem afetado empresas em todo o mundo, principalmente o Brasil. Globalmente, o número de organizações que sofrem violações devido à escassez de talentos tem aumentado”, destaca Frederico Tostes, country manager da Fortinet Brasil e vice-presidente de cloud para América Latina e Canadá.
Para Derek Manky, estrategista-chefe de segurança e vice-presidente de inteligência global contra ameaças do FortiGuard Labs, interromper o cibercrime é um esforço global que abrange relações fortes e confiáveis e a colaboração entre os setores público e privado. “Além disso, é preciso investir em serviços de segurança baseados em inteligência artificial, que podem ajudar as equipes de segurança a coordenarem a inteligência de ameaças, acionável em tempo real e em toda a organização. Com as ameaças direcionadas em alta, as equipes de segurança não podem ficar ociosas”, completa o executivo.
O documento “Cenário Global de Ameaças” é uma visão que representa a inteligência coletiva do FortiGuard Labs, extraída da ampla gama de sensores da Fortinet que coletaram bilhões de eventos de ameaças observados em todo o mundo durante o primeiro semestre de 2023. Usando a estrutura “MITRE ATT&CK” que classifica as táticas, os procedimentos e as técnicas dos adversários, o relatório descreve como os agentes de ameaças atacam as vulnerabilidades, constroem infraestrutura maliciosa e exploram seus alvos.