Cada watt conta: Eficiência energética no data center
Sergio Fukushima, gerente de soluções da Axis Communications
O crescimento do mercado de data centers foi ininterrupto nos últimos anos e a pandemia acelerou ainda mais esse setor, tanto em números quanto em escala. Como o trabalho e a educação se deslocaram dos escritórios, escolas e colégios para a mesa e sala de estar da cozinha, a dependência da Internet e dos serviços baseados na nuvem também aumentou significativamente.
Como resultado, estão sendo criados mais centros de dados e uma boa parte são data centers ‘hyperscale’ – definidos como tendo um mínimo de 5 mil servidores ou pelo menos 900 metros quadrados (e muitos são bem maiores). Ao mesmo tempo, estamos assistindo uma tendência paralela para micro data centers localizados próximos do “limite”, onde os dados são gerados e consumidos.
Dada a importância dos data centers ou, mais especificamente, das funções, sistemas e organizações que eles apoiam, não é surpresa que eles sejam agora considerados parte da infraestrutura crítica de uma nação.
O alto consumo energético
Embora proporcionem inúmeros benefícios à sociedade, às empresas e aos consumidores, os data centers também têm um lado negativo: o alto consumo energético. Seja na própria potência, no resfriamento necessário ou nos sistemas periféricos de apoio, o consumo de recursos dos centros de dados tem, com razão, chamado a atenção de especialistas.
Em novembro, a Comissão Europeia publicou os resultados de um estudo focado em serviços em nuvem e centros de dados mais ecológicos. Como parte das metas para ser o primeiro continente neutro em termos climáticos até 2050. O estudo, ao destacar o crescimento do consumo de energia pelos centros de dados nos estados membros da EU, propôs soluções técnicas e políticas para abordar a questão. As soluções técnicas incluem sistemas de refrigeração mais eficientes, reutilização de calor, utilização de energias renováveis e a construção de centros de dados em regiões com clima frio.
Para fazer justiça, os fornecedores também estão na busca por formas de reduzir a energia necessária para gerir todos os aspectos da instalação. Além disso, como os estudos têm salientado, as credenciais de sustentabilidade de um centro de dados serão a consideração mais importante para a escolha dos clientes sobre qual fornecedor escolher. De fato, ao encontrar formas de reduzir o consumo de energia com o centro de dados, cada watt conta.
O papel das soluções de videomonitoramento
O monitoramento por vídeo desempenha um papel central na segurança dos data centers, essencial à medida que a sua importância crítica para a sociedade aumenta. Como em qualquer parte da infraestrutura, a energia consumida pelo videomonitoramento também fica sob observação atenta. As câmeras de vídeo em rede geram dados, e estes requerem transferência e armazenamento, o que exige energia. Há tecnologias capazes de reduzir o consumo global de energia de um sistema de monitoramento, diminuindo a largura de banda e os requisitos de armazenamento em 50%, em média, sem perder nenhum dos detalhes forenses na resolução de imagem e taxa de fotogramas necessários.
Do mesmo modo, as câmeras equipadas com análise de borda, -onde a análise das filmagens de vídeo tem lugar na própria câmera, transferindo menos dados por meio da rede para análise nos servidores. Assim, é possível poupar mais energia.
As tecnologias de baixa luminosidade também trazem benefícios na redução do consumo global de energia. Os centros de dados geralmente não são muito povoados com pessoas. No entanto, algumas câmeras de videomonitoramento ainda requerem iluminação intensa para fornecer imagens nítidas. Existem tecnologias que proporcionam imagens a cores vivas e detalhes forenses superiores mesmo na escuridão quase total, reduzindo a quantidade de iluminação necessária para alcançar segurança e proteção.
O poder dos ganhos
Quando se pensa no consumo global de energia de um data center, é muito importante focar na potência computacional e na refrigeração. No entanto, existem muitos outros aspectos de um centro de dados que consomem energia e que devem ser incluídos nas estratégias de eficiência global. Direta e indiretamente, uma solução de monitoramento bem concebida pode satisfazer os requisitos de segurança e proteção, contribuindo ao mesmo tempo com as metas de sustentabilidade.
Sergio Fukushima é gerente de desenvolvimento de negócios – Soluções e alianças na Axis Communications, empresa especializada em soluções de vídeo por IP. O executivo é responsável pelo relacionamento com parceiros de desenvolvimento.