Cinco tendências de cibersegurança para 2023
Prof.ª e Dra. Alessandra Montini
A preocupação com a segurança no ambiente online nunca foi tanta. Com a transformação digital e a migração de diversos serviços e informações pessoais para o online, a demanda por mais proteção vem crescendo nos últimos anos. Isso porque os ciberataques estão cada vez mais frequentes.
Segundo dados da Fortinet, empresa de soluções em segurança cibernética, o Brasil teve 31,5 bilhões de tentativas de ataques a corporações somente no primeiro semestre de 2022. Para este ano, a expectativa da Kaspersky, organização de cibersegurança e privacidade digital, é que aconteçam ameaças avançadas persistentes (ATPs) como à tecnologias de satélite, servidores de correio, hacking de drones e vazamento de informações.
Por conta disso, algumas tendências serão fundamentais para a proteção dos usuários da internet este ano, sejam eles enquanto empresas ou pessoas. Afinal, ninguém quer ter seus dados, fotos ou até mesmo conversas expostas, não é? Selecionei aqui cinco delas que serão importantes neste ano.
Inteligência artificial e machine learning
Esses recursos serão imprescindíveis para que os sistemas de segurança possam atuar de forma mais rápida e inteligente diante de um ciberataque. Essas tecnologias ajudam a prever e detectar possíveis ameaças antes que aconteçam. Dessa forma, é mais fácil de impedir ou retomar o controle da situação.
Ataques de ransomware em cloud
Este tipo de invasão tem potencial para continuar a crescer nos próximos anos, por isso merece atenção. Segundo informações da Cybersecurity Ventures, ele vai custar US$ 265 bilhões às organizações anualmente até 2031. Atualmente há mais de 130 variedades de ransomware circulando e agora ele também chegou à nuvem. Por meio de e-mails de phishing, o ransomware se apresenta como um pop-up inofensivo e acaba por invadir a rede, pega carona na sincronização de arquivos e acaba na nuvem.
Criptografia de informações
Apesar de não ser novidade, seu impacto será importante em 2023. Isso porque a criptografia pode ajudar a proteger informações confidenciais, impedir o roubo ou o acesso de pessoas não autorizadas. Caso alguém consiga ter acesso aos dados, não terá como lê-los ou interpretá-los, dando mais privacidade e segurança.
Arquitetura de rede zero trust
Essa filosofia de nunca confiar e sempre verificar pode ajudar a manter as empresas mais protegidas de ataques cibernéticos. Gerenciar identidades e acessos a fim de proteger terminais de rede realizando micro segmentação e aplicar proteção contra ameaças são algumas das práticas do zero trust. A intenção é rastrear os acessos, reduzir a perda de dados e evitar violações.
Acesso multifator
Este método de login exige que os usuários utilizem vários fatores de autenticação para acessar plataformas, sistemas ou serviços. Isso dificulta a invasão, ajuda a prevenir o roubo de informações confidenciais e ainda monitora as tentativas de hackear as contas.
Diretora do LABDATA-FIA, apaixonada por dados e pela arte de lecionar, Alessandra Montini tem muito orgulho de ter criado na FIA cinco laboratórios para as aulas de Big Data e inteligência Artificial. Possui mais de 20 anos de trajetória nas áreas de Data Mining, Big Data, Inteligência Artificial e Analytics.
Cientista de dados com carreira realizada na Universidade de São Paulo, Alessandra é graduada e mestra em estatística aplicada pelo IME-USP e doutora pela FEA-USP. Com muita dedicação, a profissional chegou ao cargo de professora e pesquisadora na FEA-USP, e já ganhou mais de 30 prêmios de excelência acadêmica pela FEA-USP e mais de 30 prêmios de excelência acadêmica como professora dos cursos de MBA da FIA. Orienta alunos de mestrado e de doutorado na FEA-USP. Membro do Conselho Curador da FIA, é coordenadora de grupos de pesquisa no CNPq, parecerista da FAPESP e colunista de grandes portais de tecnologia.