“Cloud-best” – A estratégia de negócios em primeiro lugar
Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil
Durante muito tempo, a transformação digital foi um processo lento para a maioria das empresas, mas, por consequência das mudanças no cenário global devido à pandemia, ela se tornou um fator de sobrevivência – praticamente da noite para o dia. As preocupações dos executivos da liderança se concentraram na recuperação da economia e em como resistir em tempos tão incertos, e a nuvem veio como uma resposta imediata para atender às necessidades de inovação.
Uma pesquisa global da VMware que inclui o Brasil, realizada em abril deste ano, revelou que a pandemia acelerou a evolução digital das empresas. O estudo apontou os principais benefícios das aplicações na nuvem para as empresas, que inclui viabilizar o trabalho remoto (54%), atualizações rápidas capazes de acompanhar as mudanças do cenário (42%) e manter o tempo de atividade operacional (41%).
Antes mesmo da pandemia, o mercado já reconhecia a importância da nuvem para a entrega de aplicações e agilidade no desenvolvimento de novos projetos. Em novembro do ano passado, o Gartner divulgou que o mercado mundial de serviços de nuvem pública deve alcançar a marca de US$ 266,4 bilhões em 2020, um crescimento de 17% em relação a 2019, quando o resultado foi de US$ 227,8 bilhões.
Essa popularidade se deve à incessante busca por soluções simples, ágeis e escalonáveis. Estas características tornam o modelo de nuvem ainda mais atraente quando as empresas precisam lidar com o desafio de equipamentos legados de TI, como é o caso de muitas corporações atualmente.
Diante disso, a maioria dos líderes de TI adotam a abordagem “cloud-first”, que reconhece o investimento na nuvem como o fator mais importante dos negócios. Mas, se agora, mais do que nunca, as empresas precisam evitar os gastos excessivos e manter a TI alinhada às necessidades dos negócios, que mudam a uma velocidade impressionante, então a abordagem também precisa tomar um novo rumo. Isso significa adotar a nova estratégia “cloud-best”, que entra em cena para alinhar a nuvem à estratégia de negócios, não o contrário.
Além do dilema da nuvem pública e privada
As empresas que estão se aproximando da nuvem pela primeira vez enfrentam a dúvida clássica entre optar por serviço público ou privado. As duas opções podem ser essenciais e a escolha certa depende puramente do objetivo a ser atingido. A nuvem pública é uma ótima opção para equipes que querem começar a trabalhar rapidamente, por ser ágil, escalonável e simples de usar. Já a privada possui outros benefícios, principalmente mais controle sobre como os dados que são gerenciados e utilizados e maior desempenho de aplicações de missão crítica em ambientes mais rápidos.
Essas características prendem as empresas na divisão da nuvem, mas esse dilema entre optar por nuvem pública ou privada não precisa mais existir. A nuvem híbrida chegou para unir o melhor dos dois mundos e se tornou a base de sustentação da abordagem “cloud-best”, forte candidata à estratégia favorita dos líderes de TI pelos próximos anos.
“Cloud-best” é na nuvem híbrida
Como parte dessa abordagem otimizada da nuvem, os líderes precisam entender que a tecnologia não é mais uma opção de entrega isolada e deve ser incorporada a uma estratégia abrangente, incluindo nuvem pública e privada, sistemas corporativos on-premise, IoT – Internet das coisas, SaaS – software como serviço e uma variedade de outras soluções. E, como a portabilidade e a mobilidade dos dados e aplicações são essenciais para um desenvolvimento eficiente, devem priorizar uma estratégia robusta de dados.
Empresas mais sólidas, no mercado há pelo menos 10 anos, iniciaram a jornada de TI com um portfólio tradicional apenas on-premise, mas agora estão adotando um ambiente híbrido, que permite a migração dos dados entre nuvens públicas e privadas.
Para oferecer isso, é essencial uma solução que unifique a nuvem e forneça um conjunto comum de serviços de dados locais e na nuvem, com recursos consistentes de armazenamento, APIs e resiliência para que as aplicações possam ser construídas apenas uma vez e executadas em qualquer lugar. Nesse caso, as empresas precisam trabalhar em estreita colaboração com seus fornecedores de TI para remover a complexidade da infraestrutura legada de TI e facilitar uma abordagem otimizada na nuvem.
Os modelos híbridos de TI oferecem a agilidade necessária para os negócios e continuam ganhando força. Justamente por isso, não é surpresa que mais de 75% das organizações de médio e grande portes adotaram ou planejam implementar uma estratégia híbrida ou multi-cloud até 2021.
A ascensão do modelo de consumo flexível
Além da popularidade crescente dos modelos híbridos de TI, um grupo seleto de fornecedores modernos adotou uma abordagem muito diferente para o consumo de infraestrutura. É pensado, implementado e consumido como um serviço, conscientes de que as equipes de TI se organizaram em torno da experiência da nuvem pública. Paralelamente, as empresas deixaram de ser administradoras e passaram a ser engenheiras, para construir uma infraestrutura projetada como uma ferramenta estratégica e impulsionadora de inovação, em vez de simplesmente funcionar no piloto automático.
Os profissionais modernos de TI não são contratados para apertar os parafusos e gerenciar TI, eles são contratados para se concentrar em inovações críticas de negócios que ajudam a empresa a atingir seus objetivos. E a entrega de uma infraestrutura que promove experiência semelhante à da nuvem impulsiona o potencial produtivo desses desenvolvedores.
Alguns líderes ainda podem optar por um modelo ou outro de nuvem, mas essa abordagem prioriza a nuvem, e não os negócios potencializados a partir do melhor que a nuvem pode oferecer. A transformação digital é a única certeza que temos neste momento tão desafiador, e para os executivos que precisam inovar, a nuvem híbrida é o caminho para extrair o melhor dos dois mundos. Afinal, combinar recursos corporativos da nuvem privada com a escalabilidade e agilidade da nuvem pública é fundamental para manter o ritmo de inovação e manter a competitividade em meio às turbulências atuais do mercado.
Essas características prendem as empresas na divisão da nuvem, mas esse dilema entre optar por nuvem pública ou privada não precisa mais existir. A nuvem híbrida chegou para unir o melhor dos dois mundos e se tornou a base de sustentação da abordagem “cloud-best”, forte candidata à estratégia favorita dos líderes de TI pelos próximos anos.
Paulo de Godoy tem 20 anos de experiência no mercado de TI, com foco em vendas de soluções para empresas de armazenamento, segurança, integração e interconectividade. O executivo ocupou cargos de liderança em empresas de destaque no setor tecnológico, como Hitachi, IBM e NetApp. Paulo iniciou as atividades na Pure Storage como gerente de vendas em 2014, e em 2016 assumiu a gerência geral da companhia no Brasil.