Como identificar macrocurvaturas em redes FTTx
Ronaldo Couto, Fundador da Primori
Um dos fatores de perda mais comuns em redes FTTx são problemas com macrocurvaturas. Isto ocorre quando dobras excessivas no cabo chegam a danificar os tubos loose e curvar excessivamente as fibras; ou quando a acomodação das emendas em DIOs e em bandejas de caixas de emendas é realizada sem o devido cuidado.
Nestes casos, as perdas no enlace aumentam e, consequentemente, diminuem (e muito) a potência recebida numa CTO ou mesmo por uma ONU.
Mas, como localizar com um OTDR estes possíveis problemas?
A localização de macrocurvaturas num OTDR é relativamente simples, vamos a um exemplo.
Tomando como base a figura abaixo com um traço de OTDR mostrando em evento não reflexivo; você diria que se trata de uma emenda com alta perda ou de uma marcocurvatura?
Na verdade, fazendo a análise apenas desta figura não podemos ter uma boa conclusão.
Para uma análise correta, precisamos realizar a medida da fibra usando dois comprimentos de onda do OTDR, 1310 e 1550 nm.
Isto porque as perdas por macrocurvaturas nas fibras são mais acentuadas para comprimentos de onda maiores. Ou seja, a perda devido a macrocurvatura é maior em 1550 nm do que em 1310 nm.
Desta forma, se obtivermos no OTDR um traço como o da abaixo, trata-se de um problema de macrocurvatura, já que o evento teve perda alta em 1550 nm e perda baixa em 1310 nm.
Se isto acontecer, revise a acomodação da fibra na bandeja ou identifique dobras acentuadas no cabo.
Já se resultado for o da figura abaixo, temos perdas altas nos dois comprimentos de onda.
Neste caso, trata-se de um problema da fusão da emenda e não de macrocurvatura.
Se isto acontecer, revise os procedimentos de fusão adotados. A sua máquina de fusão e/ou clivador podem estar precisando de uma manutenção.
Bons projetos!
Atua há 25 anos nos mercados de telecomunicações e de redes de fibras ópticas. É graduado em Engenharia de telecomunicações pelo Inatel – Instituto Nacional de Telecomunicações e MBA Executivo pelo Insper–SP. Foi executivo da AGC NetTest para projetos, implantação, operação e manutenção de redes de fibras ópticas. Atuou pela UL – Underwriters Laboratories e DQS Deutsche Gesellschaft zur Zertifizierung von Managementsystemen e na área de exportação para a América Latina pela Metrocable, fabricante de cabos ópticos. Em janeiro de 2020 fundou, em conjunto com Rogério Couto, a PROISP, uma empresa de consultoria e qualificação profissional que, além de trazer os conteúdos que fizeram seu sucesso, agrega agora módulos inéditos de treinamentos, como comunicação, finanças, DWDM, recursos humanos e suprimentos cobrindo todas as áreas fundamentais para a operação de uma empresa de Internet.