Como o contexto atual afetou a transformação digital
Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil
Desde o início do ano, a Covid-19 trouxe mudanças sem precedentes à vida pessoal e profissional das pessoas, afetando todos os setores e segmentos da indústria. Do ponto de vista comercial, esse impacto tem sido muito preocupante para as empresas que foram forçadas a investir rapidamente em infraestrutura para atender a demandas inesperadas. No entanto, novas tecnologias e modelos operacionais também significam oportunidades de inovação.
A transformação digital está na agenda das empresas de TI há algum tempo, mas, para muitos, o progresso foi lento. Devido à pandemia, as empresas estão reformulando suas estratégias e, para garantir a continuidade dos negócios durante a intensa interrupção do mercado, houve maior adoção de tecnologias e melhorias na infraestrutura.
De acordo com uma pesquisa realizada em junho de 2020 pela IDC, 25% das empresas esperam aumentar os investimentos de curto prazo em soluções de gerenciamento e análise de dados. O mesmo estudo relatou que 86% das organizações com pontuações mais altas no pipeline de análise de dados também tiveram as pontuações mais altas na tomada de decisões. Essa correlação não é uma coincidência e significa que as empresas com maior capacidade de analisar dados e extrair insights dessa análise se beneficiam de uma tomada de decisão com mais qualidade e melhores resultados de negócios.
Isso traz mais eficiência, receita e lucros para a maioria das empresas. Apesar das barreiras organizacionais causadas pela pandemia, as análises foram amplamente implementadas para acelerar a automação de processos e otimizar a tomada de decisões com base em dados.
A nuvem também surgiu como prioridade estratégica fundamental para os planos de TI. Ao longo desses últimos anos, questionar a importância da nuvem se tornou um ponto de vista ultrapassado, e os profissionais de TI agora incluem a nuvem como um elemento essencial para atender às novas demandas de desempenho da carga de trabalho. Além disso, os requisitos do cliente foram voltados para recursos remotos, gerenciamento distribuído (hands-off), automação e modelos de consumo flexíveis.
Há uma nova oportunidade para o sucesso das empresas, a partir da oferta de modelos Opex flexíveis que oferecem soluções efetivas e dinâmicas no cenário imprevisível de hoje. Essa flexibilidade é a opção ideal, principalmente em um período em que pode ser difícil prever requisitos no longo prazo. Por fim, o crescente investimento em tecnologia e modernização da infraestrutura impactou diretamente a experiência do usuário, seja dos funcionários da empresa ou dos clientes finais.
A digitalização rápida de processos, como VDI para trabalho remoto e a adoção da videoconferência para o setor educacional, demonstrou o valor que as iniciativas de transformação digital podem oferecer. Essa perspectiva levará as empresas a mudar radicalmente a maneira de fazer negócios nos próximos anos e aquelas que conseguem manter esse fluxo de inovação são as que têm mais probabilidade de obter maior participação de mercado. Além disso, a competição por talentos especializados, como cientistas de dados, será intensificada, incluindo atualizações para profissionais que já trabalham na área e o surgimento de novos cargos e departamentos.
Apesar dos desafios que enfrentamos, o passado nos mostrou que em tempos de luta e incerteza a humanidade tem uma incrível capacidade de se recuperar e inovar. Por exemplo, o desenvolvimento das tecnologias de rádio e do computador ocorreram durante as difíceis circunstâncias da Primeira e Segunda Guerra Mundial, respectivamente. E existem inúmeros outros exemplos. As empresas agora devem investir em infraestrutura moderna capaz de se adaptar e reagir a novos desafios em tempo real, para o benefício de todos.
Paulo de Godoy tem 20 anos de experiência no mercado de TI, com foco em vendas de soluções para empresas de armazenamento, segurança, integração e interconectividade. O executivo ocupou cargos de liderança em empresas de destaque no setor tecnológico, como Hitachi, IBM e NetApp. Paulo iniciou as atividades na Pure Storage como gerente de vendas em 2014, e em 2016 assumiu a gerência geral da companhia no Brasil.