Como o processo de transformação digital vai impactar a SD-WAN
Redação, Infra News Telcom
Por Cristian Nascimento, diretor da Telium Networks, empresa focada em telecomunicações e data center para o mercado corporativo.
O mundo corporativo está cada dia mais globalizado e conectado. Para garantir a eficiência de sua operação, uma empresa que deseja atuar entre os principais players do mercado, precisa estar apta a processar arquivos armazenados em unidades distribuídas por diversos pontos do mundo e permitir o acesso e troca de informações, remotamente e em tempo real. Cada vez mais, as empresas estão investindo em ferramentas de transformação digital (DX) e 3rd Plataform Technologies, como cloud, big data e analytics, mobilidade e social business.
Para dar suporte ao investimento nessas tecnologias é essencial desenvolver uma boa estratégia de rede, que permita um acesso rápido, seguro e eficaz a essas informações, muitas vezes sigilosas e cruciais para o sucesso do negócio. A escolha do tipo de rede que será usada deve ser pautada em quatro pontos: custo-benefício, segurança, privacidade e controle.
Nesse cenário, vemos uma tendência ganhando bastante força no mercado internacional, a tecnologia SD-WAN – Software Defined WAN. Conhecida como uma excelente alternativa para baratear o custo e oferecer mais segurança e controle da rede, a tecnologia SD-WAN promete dominar o Brasil nos próximos anos. Segundo previsões da IDC, o mercado mundial SD-WAN deve alcançar US$ 8 bilhões em 2021, uma expectativa que revela o promissor potencial mundial dessa ferramenta.
Esse crescimento será impulsionado pela transformação digital (DX) e 3rd Plataform Technologies. A tendência é que essas tecnologias de transformação digital aumentem o fluxo de informações, elevando a importância da rede para os negócios.
A troca de informações via SD-WAN oferece diversas vantagens para as companhias, gerando mais agilidade, economia de recursos, maior controle de latência e mais segurança para dados armazenados em nuvem.
A tecnologia SD-WAN possibilita que a SDN seja formatada para criar rapidamente uma “WAN híbrida” inteligente, englobando uma VPN IP destinada a empresas. A SD-WAN pode recorrer a qualquer protocolo de transmissão (ADSL, 4G, MPLS, links dedicados e Internet), para proporcionar os melhores custos e benefícios para aplicações mais sensíveis.
A tecnologia permite às empresas independência e flexibilidade na transmissão de dados. Desta forma, a SD-WAN permite que o tráfego seja enviado, de forma automática e dinâmica, pelo caminho mais adequado da WAN, considerando as melhores condições de segurança, exigências da qualidade de serviços e desempenho, fornecendo redundância e alta disponibilidade, previamente definidas e programadas pela empresa.
As redes MPLS têm sido preteridas pelas empresas em função dos altos custos e falta de flexibilidade para as operações. Porém, a abordagem SD-WAN, considerada uma evolução das redes, traz uma nova realidade, na medida em que facilita o gerenciamento, por meio de recursos de dispositivos de rede programáveis, que podem ser alterados remotamente, e a escolha do melhor roteamento; dois pontos fundamentais para a otimização de performance e agilidade.
Num cenário hipotético, uma rede de farmácias com diversas unidades que precisam estar interconectadas, poderia utilizar SD-WAN nas pontas para reduzir custos e garantir alta disponibilidade. Isso pode ser feito somando redes de alto desempenho (link dedicado), com redes mais baratas (ADSL, 4G, etc.) conectadas ao appliance ou servidor SD-WAN, independente da simetria de bandas. O SD-WAN garante a escolha do melhor caminho criando métricas de desempenho. Dessa forma, caso um dos links apresente redução de desempenho, o outro é utilizado.
Embora ainda seja pouco difundida no Brasil, o sucesso internacional da aplicação da tecnologia SD-WAN revela importantes benefícios que poderão auxiliar muito a performance de TI das empresas, principalmente em mercados emergentes, como o Brasil. Sem dúvida, este é um tema que deve estar no radar de executivos e profissionais de TI do país que não pretendem perder vantagem competitiva no cenário de transformação digital.