Computação quântica começa a ganhar o mundo real
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
Aos poucos, a computação quântica começa a sair dos laboratórios para ganhar espaço no mundo real. Tudo ainda é muito embrionário, mas não resta dúvida de que a tecnologia vai mudar a nossa relação com os sistemas de computação que conhecemos hoje.
Este é um assunto bastante interessante e que gera curiosidade. Os supercomputadores, que já estão sendo testados por gigantes de tecnologia, como Google, IBM, Intel e Microsoft, terão um poder de processamento nunca visto antes na história da computação. “Já há provas matemáticas de que computadores quânticos são capazes de fazer operações que mesmo os melhores supercomputadores existentes levariam centenas de anos para realizar”, diz o autor de um artigo sobre o tema publicado nesta edição.
Recentemente, a IBM divulgou um cronograma de lançamento na área de computação quântica. A companhia espera aumentar a quantidade de qbits (bits quânticos) de seus computadores em mais de 10 dez vezes. A equipe de pesquisadores da empresa está desenvolvendo um equipamento com mais de 1000 qbit, chamado IBM Quantum Condor, com expectativa de lançamento no final de 2023.
No próximo ano, a IBM deve lançar um processador com 127 qbit, com o dobro da capacidade atual. Em 2022, a meta é apresentar um equipamento com 433 qubit. O objetivo da empresa é desenvolver um computador quântico full-stack implantado por meio da nuvem para que qualquer pessoa possa programar.
No ano passado, a Revista Nature publicou um artigo científico onde o Google diz ter alcançado a supremacia quântica. Na época, a publicação gerou bastante polêmica, inclusive com contestações da IBM. Mas o mais importante são os avanços que estão sendo realizados nesta área, independente de quem vai construir o melhor ou mais rápido supercomputador. E não são só as gigantes de tecnologia que estão nesta corrida. Governos, como dos EUA e China, já anunciaram investimentos para apoiar o desenvolvimento da computação quântica, além de universidades e agências governamentais, como o Pentágono americano.
O fato é que os computadores quânticos prometem revolucionar várias áreas. Há expectativa de que esses supercomputadores ajudem, por exemplo, a acelerar a cura de doenças e a desvendar os sistemas mais seguros e criptografados do planeta. Mas, é claro, ainda há um longo caminho pela frente.
Boa leitura !
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.