Comunicação não violenta para melhorar os relacionamentos profissionais e pessoais
Edgar Amorim, facilitador DiSC e coach executivo, da Amorizar Pessoas
A comunicação entre as pessoas é uma atividade nada simples. O processo básico de comunicação pode ser representado da seguinte forma:
Emissor ———- mensagem ——— ruído/filtro ——– Receptor
Para que uma boa comunicação ocorra, é importante estar ciente que uma coisa é o que nós, os emissores, queremos comunicar e outra é o que o outro, o receptor, entende. No caminho de uma comunicação existe o ruído e filtros pessoais. O tom de voz ou uma palavra podem ter um significado para o emissor e outro significado para o receptor. Uma boa prática na comunicação é pedir que o receptor diga o que entendeu da nossa mensagem, assim poderemos conferir se o que queríamos dizer foi entendido corretamente.
Porém, mesmo com todos os cuidados para ter certeza que fomos entendidos, existem situações em que discussões calorosas podem surgir – e muitas vezes com decisões importantes a serem tomadas. O que fazer nesses casos? Uma das possibilidades é utilizar a CNV – Comunicação Não Violenta, que pode ser adotada como prática nas conversas e discussões em qualquer situação e por qualquer pessoa.
A abordagem CNV foi desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Marshal Rosenberg (1934-2015) a partir de várias situações vivenciadas por ele. Ela é descrita no livro “Comunicação não violenta, técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais”. Basicamente, a CNV busca o desenvolvimento de habilidades de comunicação verbal (escrita ou falada) e não verbal (gestos, expressões faciais ou corporais, imagens ou códigos) com o objetivo de criar compaixão e empatia para fortalecer as conexões humanas. Em outras palavras, a ideia da CNV é mudar o foco da nossa atenção e nos perguntar:
– O que realmente aconteceu? (Observação)
– Quais sentimentos surgem? (Sentimentos)
– O que preciso nesse momento? (Necessidades)
E, com essa compreensão, fazer um Pedido.
Em síntese, a CNV é composta de quatro passos: observação; sentimento; necessidade; e pedido.
A ideia é observarmos e ouvirmos o que a outra pessoa está falando e, ao mesmo tempo, percebermos quais sentimentos essa fala e comportamento nos causam e quais são as necessidades que despertam essas emoções. E, finalmente, devemos fazer nosso pedido, mencionando os sentimentos que a fala do outro nos causou e as necessidades que levaram ao nosso pedido.
Para ilustrar, segue um breve exemplo de comunicação para a seguinte situação: duas pessoas começaram a morar juntas, uma delas tem o costume de deixar a toalha molhada sobre a cama e a outra se irrita com a situação. A pessoa que se irrita pode utilizar a CNV para informar à outra essa questão. Ela poderia dizer o seguinte: observei que você deixa a toalha molhada sobre a cama (observação), isso me irrita (sentimento), pois é muito importante para mim manter a higiene e arrumação da casa (necessidade), por isso peço que pendure a toalha molhada no suporte do banheiro ou no varal (pedido).
Este artigo é uma demonstração muito básica da CNV. O objetivo aqui é apresentar o conceito a muitas pessoas. É claro que isso implica desenvolver habilidades de escuta ativa, observação e percepção das próprias emoções. A CNV é plenamente possível – só requer um pouco de esforço e prática, que serão recompensados por uma melhor comunicação e conexão com as pessoas.
Agora é com você; comece a praticar.
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.