Conheça 4 tendências para o mercado de provedores de serviços gerenciados em 2021
Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil
Em todos os setores, 2020 será lembrado como um ano que trouxe grandes mudanças tanto nas práticas de trabalho quanto nos tipos de serviços que se tornaram necessários. O ambiente de negócios mudou drasticamente quase da noite para o dia, e um “boom” preexistente de inovação tecnológica foi impulsionado pela necessidade de se adaptar a uma realidade de trabalho totalmente nova.
Isso aumentou a demanda por agilidade nos negócios, mais investimento em serviços de TI e, consequentemente, maior necessidade por gerenciamento desses serviços. Os provedores de serviços gerenciados (MSPs) já eram importantes no suporte à infraestrutura de TI de um cliente. E, com a adoção global do modelo de trabalho remoto e os novos projetos de inovação tecnológica, eles se tornaram essenciais para garantir o manuseio das soluções de TI de forma remota.
Mas, com todas essas transformações que enfrentamos ao longo do último ano, quatro tendências surgiram como ferramentas-chave para os MSPs superarem a qualidade do suporte que já fornecem e viabilizarem o crescimento e sucesso dos clientes em 2021.
Armazenamento de dados em multi-cloud
A nuvem múltipla foi um divisor de águas para as empresas, e a partir do momento que se tornou uma porta para diversas oportunidades, também exige uma infraestrutura que permita que as cargas de trabalho sejam executadas perfeitamente em ambientes diferentes.
Por isso, os MSPs devem se concentrar em apoiar a estratégia do cliente, analisando a melhor forma de prepará-los para um ambiente que seguirá em constante mudança para acompanhar as próximas inovações tecnológicas. É preciso agregar valor em todas as áreas possíveis e considerar os diferentes benefícios do armazenamento em nuvem em relação ao armazenamento on-premises, reconhecendo que no futuro o foco continuará em uma estratégia multi-cloud incorporando ambas as tecnologias. Isso significa que construir a infraestrutura de um cliente se tornou uma ferramenta primordial para preparar a estratégia de dados para o futuro.
Do ponto de vista financeiro, os MSPs precisam entender que o ciclo interminável de atualização e de implementação das tecnologias mais recentes podem ser fatores impeditivos para as empresas. E a abordagem multi-cloud é a solução mais adequada, afinal, é operacionalmente eficiente e permite que os clientes movam cargas de trabalho livremente, sem impacto nos investimentos com o passar dos anos.
Ofertas as-a-service para impulsionar a inovação
As ofertas as-a-service (como um serviço) oferecerem a flexibilidade que muitas empresas buscam após um ano tão tumultuado. Os MSPs e os fornecedores precisam identificar esses pontos problemáticos e apresentar a solução a partir de ofertas financeiras personalizadas.
Além disso, é importante reconhecer que oferecer uma solução de alto custo e on-premise é cada vez menos convincente. Felizmente, muitos MSPs estão buscando se diferenciar a partir de projetos inovadores com custos reduzidos para os clientes, trazendo benefícios para todas os envolvidos.
As opções as-a-service permitem que os MSPs e os clientes “degustem” novas tecnologias e encontrem rapidamente a solução que se adapta às necessidades, sem impactos financeiros. Além disso, ganham o bônus da flexibilidade de investimento desse modelo, que elimina a preocupação com encargos futuros.
Contêineres
Mover as cargas de trabalho livremente é uma forte tendência em 2021, e os contêineres oferecem o benefício de encapsular o software em unidades virtuais autocontidas. Mas a complexidade das tecnologias nativas da nuvem, como o Kubernetes, faz com que as empresas deixem de implementar essas tecnologias por conta própria e consumam cada vez mais serviços gerenciados entregues por meio da nuvem.
Por esse motivo, as empresas com visão de futuro estão adotando contêineres que, de agora em diante, devem ganhar mais popularidade para o armazenamento de dados. Os players mais avançados em relação às transformações digitais já estão prontos para a abordagem multi-cloud e, nesses casos, os MSPs que oferecem Kubernetes em várias nuvens estarão um passo à frente e preparados para ajudar os clientes a extraírem valor dos dados.
Encarar a hiperescala de forma diferente
Os provedores de nuvem pública em hiperescala criaram uma dinâmica no mercado de cloud, oferecendo capacidade ilimitada, atualizações contínuas e amplo escopo geográfico. Além disso, uma análise da SDxCentral mostrou que os hiperescaladores reduziram US$ 99 bilhões em despesas de capital de janeiro a setembro de 2020.
Mas, em vez de competir com esse fenômeno, os MSPs já estão começando a trabalhar com eles. Nesse cenário, os MSPs devem atuar como a cola metafórica que reúne todas essas novas tecnologias, e dessa forma serão vistos como verdadeiros parceiros, colocando o interesse dos clientes em primeiro lugar.
Como existem limitações, os MSPs precisam reconhecer seus principais atributos onde não podem trabalhar juntos e que pode diferenciá-los positivamente dos hiperscaladores. A pandemia trouxe aos clientes um desafio para manter os data centers na frequência habitual, e a oportunidade de contar com os MSPs nesse momento se torna uma enorme vantagem no mercado.
Sabemos que alguns pontos fracos de 2020 permanecerão durante parte deste ano. Para virar definitivamente o jogo, os MSPs precisam reconhecer que os obstáculos que foram colocados para as empresas representam oportunidade para ajudá-las no processo de superação. Ao fornecer soluções inovadoras sob medida para os clientes, seguindo as tendências em tecnologia e serviços, os MSPs podem desempenhar um papel crucial para o crescimento e sucesso contínuo dos negócios.
Paulo de Godoy tem 20 anos de experiência no mercado de TI, com foco em vendas de soluções para empresas de armazenamento, segurança, integração e interconectividade. O executivo ocupou cargos de liderança em empresas de destaque no setor tecnológico, como Hitachi, IBM e NetApp. Paulo iniciou as atividades na Pure Storage como gerente de vendas em 2014, e em 2016 assumiu a gerência geral da companhia no Brasil.