CPQD desenvolve, em laboratório, rede 5G privada multifornecedores
Redação, Infra News Telecom
O CPQD anunciou resultados positivos obtidos a partir da integração de componentes de diferentes fornecedores à rede privada 5G instalada em seu laboratório, em Campinas, SP, que tem como base o conceito de redes abertas e desagregadas. Um resultado importante é a bem-sucedida integração da plataforma open source Aether, da ONF – Open Networking Foundation, de conectividade de borda 5G, com a gNodeB (estação radiobase 5G), da fabricante norte-americana Baicells.
A plataforma Aether é uma solução open source destinada a simplificar a implantação e operação de redes privadas 5G nas mais diversas aplicações. Seu desenvolvimento conta com o suporte da ONF, consórcio sem fins lucrativos conduzido por operadoras e liderado pela comunidade, que atua na construção colaborativa das próximas gerações de redes móveis e banda larga, utilizando desagregação de rede, softwares de código aberto e tecnologias de nuvem e virtualização.
“Estamos empolgados com os resultados obtidos pelo CPQD com a integração bem-sucedida da plataforma Aether e a gNodeB da Baicells, em seu laboratório de testes. Essa conquista é um passo importante que confirma que a plataforma da ONF para redes 5G privativas tem flexibilidade e está pronta para a construção de redes de próxima geração”, diz Timon Sloane, gerente geral da ONF.
Gustavo Correa Lima, gerente de soluções de comunicação sem fio do CPQD, explica que a plataforma Aether é utilizada como orquestrador da rede privada 5G do CPQD. “Alcançamos excelentes resultados na integração e automação da rede, com uma gNodeB de um fornecedor do mercado. Ao mesmo tempo, continuamos trabalhando com produtos e soluções 5G de fornecedores distintos, como parte de dois projetos importantes que estamos desenvolvendo com foco em redes abertas e desagregadas”, acrescenta.
Um dos projetos é o da “Plataforma 5G BR”, conduzido pelo CPQD com recursos do Funttel – Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações, do Ministério das Comunicações. O objetivo é desenvolver tecnologias que compõem uma rede 5G de arquitetura aberta, o que inclui componentes do core (núcleo), da rede de acesso (OpenRAN), de gerência e monitoramento de serviços, gerenciamento da infraestrutura virtualizada, de orquestração, entre outros.
Outra iniciativa é o “Programa OpenRAN Brasil”, que tem como parceiros o MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e o CPQD. Lançado em agosto de 2021, esse programa tem como objetivo habilitar o desenvolvimento de aplicações inovadoras para redes de acesso abertas e desagregadas em rádio (RAN). Na primeira fase, o foco do desenvolvimento é o controle e orquestração tanto dos recursos ópticos, IP e de rádio quanto dos recursos de nuvem necessários ao funcionamento fim-a-fim de uma rede 5G. O projeto também prevê a implantação de um testbed de rede privada 5G, com pontos de presença em Campinas (no CPQD) e no Rio de Janeiro (PoP-RNP-RJ), sendo que a orquestração tem um papel importante na gestão da rede integrada.