CPQD inaugura complexo de laboratórios voltado à conectividade
Redação, Infra News Telecom
O CPQD acaba de inaugurar, em Campinas, SP, um complexo laboratorial de ensaios de segurança, desempenho e interoperabilidade de sistemas voltados à conectividade. O local reúne 12 salas para testes de certificação, avaliação e qualificação de uma série de equipamentos e soluções de telecomunicações de diversos fabricantes.
A oferta de serviços é ampla. Entre elas estão benchmarking para análise de desempenho e performance de software e aplicações; avaliação da conformidade de rotinas e implementações de protocolos de segurança e comunicação; e suporte ao desenvolvimento, elaboração e execução de cadernos de testes customizados de acordo com as necessidades de cada cliente.
O complexo ainda atende à demanda do mercado de comunicações sem fio, com o desenvolvimento de novos projetos para tecnologias como Wi-Fi, ZigBee, LoRa e Sigfox. “Este é um ambiente moderno, seguro e totalmente integrado. Contamos com uma equipe multidisciplinar e trabalhamos com novas tecnologias como 5G, OpenRAN e análises de cibersegurança de redes”, diz Frederico Sigrist Nava, diretor de soluções tecnológicas e consultoria do CPQD.
São quatro ambientes dotados de infraestrutura para a realização dos seguintes serviços:
• Ensaios de Radiofrequência – envolve ensaios funcionais em telefones celulares, estações terminais de acesso (ETAs), transceptores digitais, equipamentos de radiação restrita, entre outros.
• Ensaios de segurança, desempenho e interoperabilidade – realizados em diferentes elementos de redes de telecomunicações de nova geração (hardware, software, redes e aplicações), com o objetivo de garantir seu correto funcionamento.
• Ensaios de Compatibilidade Eletromagnética – realizados em equipamentos de telecomunicações e eletroeletrônicos em geral, com o propósito de avaliar as interferências eletromagnéticas geradas pelo equipamento sob ensaio, bem como seu grau de susceptibilidade a perturbações eletromagnéticas procedentes do meio ambiente;
• Medição de SAR – Specific Absorption Rate – são três câmaras blindadas que realizam ensaios para medir a taxa de energia eletromagnética emitida por equipamentos de comunicação sem fio, como telefones celulares e tablets, que o corpo humano absorve.
“Temos uma das maiores infraestruturas da América Latina para ensaios de compatibilidade eletromagnética. São três câmaras semi-anecóicas que servem para avaliar as interferências causadas e sofridas pelos equipamentos eletroeletrônicos, além de duas câmaras blindadas para ensaios de EMC”, acrescenta Nava. As câmaras semi-anecóicas têm capacidade para realizar ensaios em equipamentos de grande porte, a 10 metros de distância.
5G e OpenRAN
Segundo Nava, nos últimos meses, o CPQD investiu cerca de R$ 6 milhões para a compra de novos equipamentos e modernização dos laboratórios para os testes e certificações 5G, além da metodologia de produção mais limpa.
Os testes para 5G incluem certificações e ensaios de desempenho e funcionais de radiofrequência, além de controle de qualidade e vulnerabilidade no hardware ou software das redes, medição de SAR e compatibilidade eletromagnética. “Fazemos ensaios para operadoras e meios de pagamento que contam com o seu próprio caderno de testes. Também temos condições de realizar avaliação de interoperabilidade de equipamentos para o OpenRAN”, explica Nava.
Por enquanto, foram certificados cinco aparelhos celulares 5G, além de estações terminais de acesso. O complexo está sendo estruturado para testes de equipamentos OpenRAN para certificação Anatel, que terá capacidade de avaliar uma rede fim a fim, incluindo o core.
Desde 2018, o CPQD faz avaliações de equipamentos OpenRAN, em parceria com o TIP – Telecom Infra Project, por meio do “TIP Community Lab”, que visa validar a interoperabilidade de diferentes fornecedores.
Gustavo Correa Lima, gerente de soluções e comunicações sem fio do CPQD, explica que no novo complexo a empresa vai trabalhar com equipamentos para validação dos componentes da estrutura OpenRAN, de acordo com a padronização definida pela OpenRAN Alliance. “Esta é uma parceria comercial e que habilita o laboratório do CPQD a realizar testes isolados das partes que compõem o OpenRAN, independente do fabricante. Com isso será possível fazer, efetivamente, até os testes desagregados”, conclui Lima.