DHL e Accenture apresentam relatório sobre blockchain na indústria de logística
Redação, Infra News Telecom
A DHL, focada no setor de logística, apresentou um relatório de tendências sobre o potencial do blockchain para a indústria logística, com a cooperação da Accenture, empresa especializada em consultoria para tecnologia.
O trabalho inclui os resultados iniciais sobre um protótipo em funcionamento, desenvolvido pela DHL e Accenture, que rastreia produtos farmacêuticos do ponto de origem até o consumidor, impedindo adulteração e erros. “As experiências com blockchain em finanças são bem conhecidas, mas acreditamos que a área de logística é onde a tecnologia vai ter um impacto realmente profundo” afirma Matthias Heutger, vice-presidente sênior da divisão de inovação e soluções para clientes da DHL. “No entanto, ainda serão necessários mais avanços tecnológicos e a colaboração entre os envolvidos para a implementação de soluções realmente produtivas”.
O blockchain é um novo tipo de sistema de base de dados que mantém, registra e autentica dados e transações. Na cadeia de suprimentos, produtos recebem identificadores únicos que permitem que todo o seu histórico seja coletado enquanto o produto se movimenta da origem para o consumidor. Os envolvidos validam as informações em tempo real e, caso alguém tente adulterar, alterar ou apagar um registro, todos saberão.
Blockchain na indústria farmacêutica
“Vemos um potencial especialmente promissor para o blockchain na indústria farmacêutica. Por isso, decidimos colocar nossa prova de conceito com a Accenture nas ciências médicas e na indústria de saúde”, afirma Keith Turner, diretor da área de informação, encarregado do escritório de desenvolvimento da DHL Supply Chain. “Com o blockchain, podemos expor qualquer adulteração, reduzindo o risco de falsificações”.
Mais de um milhão de vidas são perdidas todos os anos devido ao uso de medicamentos falsificados, de acordo com a Interpol. Estima-se que até 30% dos produtos farmacêuticos vendidos em mercados emergentes sejam falsificados. A DHL e a Accenture criaram um protótipo de serialização baseado na tecnologia blockchain em seis regiões geográficas para monitorar produtos farmacêuticos em toda a cadeia de suprimentos. O registro desses medicamentos pode ser compartilhado com os interessados no processo, incluindo fabricantes, centros de distribuição, distribuidores, farmácias, hospitais e médicos. Simulações em laboratório mostram que a tecnologia de blockchain pode lidar com mais de sete bilhões de números de série únicos e 1,5 mil transações por segundo. “Utilizar um registro único, seguro e permanente permitirá à indústria alcançar padrões de segurança muito mais altos – da fábrica ao paciente – com um custo muito menor. Essa é uma das muitas oportunidades que o blockchain pode oferecer para a reestruturação de processos de negócios, enquanto contribui para a redução de seus custos e complexidade”, diz ainda Andreas Baier, líder na Accenture do segmento de viagem e transporte e líder de equipe da cliente DHL.
Blockchain na cadeia de suprimentos
A tecnologia de blockchain se mostra uma grande promessa para melhorar a eficiência e a confiabilidade da cadeia de suprimento em todas as indústrias. De acordo com a IDC, gastos com as soluções de blockchain no mundo devem alcançar US$ 2,1 bilhões em 2018, mais do que o dobro gasto em 2017, que foi de US$ 945 milhões. Em 2021, espera-se que os gastos anuais alcancem US$ 9,7 bilhões (de acordo com o Guia Mundial Semestral de Gastos com Blockchain 2017H1).
O protótipo farmacêutico da DHL e Accenture é somente um dos casos destacados no relatório. A tecnologia blockchain também pode ser aplicada no gerenciamento de ativos, para melhorar a transparência e rastreabilidade e para automatizar processos comerciais com os “contratos inteligentes”, o que facilita e verifica o desempenho dos contratos em serviços terceirizados.