Edge computing já é realidade nas empresas brasileiras
Redação, Infra News Telecom
O modelo edge computing, que aproxima a capacidade computacional de uma determinada demanda/serviço, já é uma realidade nas empresas e operadoras do país. A afirmação é de Luciano Santos, vice-presidente de ITD da Schneider Electric, companhia focada na gestão de energia elétrica e automação. “Um dos grandes desafios é diminuir a latência das redes para atender às necessidades das aplicações. Nesse sentido, já vemos um movimento para trazer a conexão cada vez mais próxima da borda, com mini data center e minipontos de presença”, diz o executivo.
Na visão de Santos, hoje as empresas buscam um ambiente híbrido, com um misto de aplicações baseadas em cloud computing e no edge computing. “Isso significa não ter 100% do processamento na nuvem, mas também nós no meio do ambiente que permitam processar parte da informação para melhorar a experiência do usuário”.
Gestão da energia elétrica
Segundo Santos, a Schneider Electric se posiciona como uma empresa global especialista em gestão de energia, incluindo toda a parte de controle e automação. “Nossas soluções são desenhadas para melhorar a eficiência do uso da energia elétrica”, completa o executivo.
A plataforma EcoStruxure da companhia segue esse modelo. A solução é capaz de monitorar e controlar toda a infraestrutura física de um data center, como temperatura, controle de acesso e servidores, reduzindo o consumo de energia, hoje um dos maiores desafios dos gestores de data centers.
A EcoStruxure, que atende diferentes mercados, como data centers, indústrias, edifícios inteligentes e empresas de energia elétrica e utilities, é composta por três camadas: sensores (qualquer dispositivo com conectividade à Internet); edge control (concentra e trata as informações de um ambiente em tempo real) e analytics (realiza a análise dos dados, possibilitando tomada de decisões de forma autônoma e on-line).
Entre os clientes da Schneider está a empresa de alimentos e bebidas Nestlé, que investiu num sistema para monitorar as suas salas de servidores espalhadas pelo país, diretamente de sua sede em São Paulo. Trata-se do NetBotz, um módulo do EcoStruxure que monitora, proativamente, equipamentos de TI de missão crítica em tempo real e ainda garante a proteção contra ameaças físicas (acessos não autorizados), riscos ambientais (temperatura) ou erros humanos, que possam prejudicar ou interromper as operações. Escalável, a plataforma permite acesso remoto e pode ser utilizada em diversas aplicações, incluindo controle de acesso ao rack.
Instalado no final de 2017, o sistema está presente em 38 salas de servidores da Nestlé. Com isso, o ambiente de TI da companhia ganhou mais proteção, eficiência energética e garantia de disponibilidade. “Hoje, temos total gestão e visibilidade das nossas salas de servidores. Conseguimos mitigar os principais riscos e potencializar o desempenho das nossas infraestruturas de TI”, afirma Saulo França, data center specialist da Nestlé. “Sabemos que o tempo de atividade de um data center é primordial para garantir a continuidade de um negócio. Assim, buscamos fornecer segurança, confiabilidade e disponibilidade para os nossos clientes”, completa Santos.
Um outro exemplo é a Cemig, concessionária de energia de Minas Gerais. Para melhorar a eficiência de sua rede elétrica, a companhia adquiriu mais de 1000 religadores da Schneider, com funcionalidade de recomposição automática da rede (self healing). Santos destaca que o sistema é de fácil instalação e permitiu a concessionária ter um tempo de restabelecimento da rede de aproximadamente 10 segundos.