Edge computing: O futuro já começou
O edge computing processa dados o mais próximo possível da fonte de dados. Isso permite que as empresas processem e utilizem os dados na hora certa e no lugar certo. O resultado? Uma melhor experiência do cliente e uma vantagem estratégica valiosa.
Lenildo Morais, mestre em ciência da computação pelo Centro de Informática da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
Uma arquitetura edge cloud é utilizada para descentralizar o poder de processamento para as bordas (clientes/dispositivos) de suas redes. Tradicionalmente, o poder de computação dos servidores tem sido utilizado para executar tarefas como minimizar dados ou criar sistemas distribuídos sofisticados.
No modelo de nuvem, essas tarefas “inteligentes” são realizadas por servidores para que possam ser transferidas para outros dispositivos com menos ou quase nenhum poder de computação.
A vantagem do edge computing
Em vez de um modelo em que os clientes simplesmente se conectam aos servidores, milhares de clientes são conectados entre si para realizar tarefas de processamento menores. O cenário ideal do edge computing permite que milhões de dispositivos IoT – Internet das coisas construam uma grande rede inteligente que pode realizar tarefas que geralmente só são possíveis em data centers muito grandes.
Graças à nuvem, uma empresa não precisa comprar e gerenciar seus próprios servidores, já que com uma assinatura na nuvem, o provedor é responsável pela manutenção e operação do servidor. Mas para tornar a computação em nuvem o mais “barata” possível, esses servidores geralmente são instalados em grandes data centers para criar economias de escala.
O que isso significa para sua arquitetura de rede?
A combinação de edge e cloud permite que você aproveite o poder dos sistemas distribuídos, processando dados nos próprios dispositivos, que então os enviam para a nuvem. Aqui, eles podem ser processados, analisados ou armazenados com menos (ou até mesmo ausente) poder de processamento.
Com uma arquitetura edge cloud, carros conectados, que compartilham informações, por exemplo, são capazes de analisar os dados por conta própria, em vez de utilizar o poder de computação de um servidor. Portanto, em vez de um enorme conjunto de dados a serem processados em seus servidores centrais, muito do trabalho de processamento já foi realizado pelos dispositivos conectados.
Micro data centers
Quando a nuvem surgiu há cerca de oito anos, inicialmente havia ceticismo sobre colocar os dados de TI fora da porta, mas a nuvem provou seu valor com tremenda infraestrutura e disponibilidade. No entanto, o impacto dos dados gerados cresceu fortemente e a nuvem só pode atender a isso até certo ponto. Quando os dados determinam a política de uma empresa, é útil ter todos os dados na nuvem? As empresas agora estão procurando ansiosamente por um equilíbrio: o que pode ser feito na nuvem e o que elas podem manter em casa?
A nuvem é genérica, mas se você quiser algo específico, como cálculos de processo de ponta, é melhor fazer internamente. Porque processos industriais ou operações médicas devem ser controlados em tempo real, sem a latência (atraso) que uma conexão requer. Ou porque a segurança dos dados médicos (arquivos de pacientes) ou financeiros na nuvem e durante a comunicação pela rede parece não estar suficientemente garantida.
Muito ainda vai para a nuvem, portanto, o requisito de hardware próprio pode diminuir em até 70%. Isso permite que as empresas organizem sua infraestrutura de TI de maneira flexível e não precisem mais investir nessas salas especiais de TI. É assim que avançamos para uma nova fase.
Vantagens do edge cloud
Os benefícios do edge cloud vão desde a implantação econômica de novos serviços como um provedor de serviços ou o fornecimento de experiências de baixa latência para drivers conectados ou jogadores online. Para provedores de serviços que buscam implantar novos serviços de maneira econômica no limite da rede com espaço e energia limitados, aproveitar o poder do edge cloud deve ser uma prioridade.
Soluções que extraem e virtualizam recursos de computação, armazenamento e rede em ambientes periféricos leves, como estações base, hubs, sites de comutação e escritórios centrais. Uma arquitetura edge cloud acelera a criação de serviços nas bordas de sua rede por meio de baixa latência, entrega fácil e automatizada, sem sacrificar a funcionalidade de uma nuvem segura multi-tenant.
Edge computing é o futuro
O avanço dos sensores e dispositivos IoT aumenta a necessidade de processamento rápido de dados. A solução? Edge computing: essa tecnologia processa dados o mais próximo possível da fonte de dados. Isso permite que as empresas processem e utilizem os dados na hora certa e no lugar certo. O resultado? Uma melhor experiência do cliente e uma vantagem estratégica valiosa.
Setor de varejo como impulsionador
Hoje, o setor de varejo é um verdadeiro precursor da edge computing. Ao coletar e processar dados rapidamente, eles conhecem melhor seus clientes e aumentam a experiência de compra.
Observem o exemplo de uma rede de roupas com 100 lojas. Com o edge computing é possível enviar mensagens personalizadas, ofertas e promoções em qualquer local para o smartphone de um cliente assim que ele entrar na loja. Ou os clientes podem experimentar roupas virtualmente, fazer um pedido ou tirar uma foto no provador graças ao local edge por meio de um espelho eletrônico.
O poder das colaborações
Essas colaborações com outras empresas de tecnologia especializadas garantem uma ótima facilidade de instalação, operação e manutenção dos produtos. Com baixos custos de manutenção por meio de manutenção preditiva, o registro estratégico e processamento de dados via IA – inteligência artificial, o edge computing é o futuro que já começou. E não apenas para redes de varejo e supermercados, mas também para as empresas da indústria e de telecomunicações, e a rede 5G vai acelerar essa evolução.
Mestre em ciência da computação e gerente de projetos na Ustore/Claro. Morais é docente no Centro Universitário Maurício de Nassau e pesquisador na Assert – Advanced System and Software Engineering Research Technologies.