Em parceria com a Intel, InCor inaugura espaço de inovação
Redação, Infra News Telecom
Em conjunto com a Intel, o InCor – Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP inaugurou o “Andar Digital Incor”, um espaço estratégico para a experimentação de novas tecnologias com soluções de processamento de dados sem fio 100% focadas na experiência dos pacientes e familiares.
O espaço, que fica no oitavo andar do hospital, tem ações que cobrirão pacientes e profissionais em ambientes reais de internação em enfermaria e UTI e já teve a sua primeira cirurgia de sucesso realizada com apoio de realidade virtual (VR) para planejamento pré-cirúrgico em irmãs gêmeas siamesas que estavam unidas pelo peito.
O local conta com soluções desenvolvidas pela equipe do hospital como: painel digital de enfermagem (dashboard); medKart, para auxiliar a dispensação digital beira-leito de medicamentos de forma segura para os paciente; UTI respiratória digital integrada; farmácia digital, com rastreamento de medicamentos; treinamento profissional; e engajamento do paciente e seus familiares com realidade virtual.
Na visão do Prof. Dr. Carlos Carvalho, diretor da divisão de pneumologia do InCor e chefe da UTI respiratória, “desenvolver diferentes projetos de inovação num ambiente de hospital real, que integra diversas equipes multiprofissionais e complexidades clínicas, ao lado de parceiros de vanguarda tecnológica, é uma oportunidade ímpar para o InCor dentro de sua missão de referência reconhecida mundialmente na cardiologia e pneumologia”.
O espaço começou a ser preparado no ano passado, quando foi instalada uma rede sem fio de alta velocidade e novas telas de TV para os dashboards que suportam o gerenciamento clínico dos pacientes. Entretanto, as tecnologias ainda não haviam sido utilizadas de forma direta na estratégia para execução de uma cirurgia, até agora.
Em dezembro de 2020, foi realizado o primeiro caso do andar digital por meio de aplicação de realidade virtual para planejamento pré-cirúrgico em irmãs gêmeas siamesas que estavam ligadas pelo peito. Este é um procedimento inédito no Brasil e raro no mundo a utilizar abordagem de realidade virtual neste tipo particular de cirurgia.
Com a ajuda de uma modelagem virtual 3D e de uma solução VR interativa de outra empresa parceira do andar, a MedRoom, rodando no computador com processamento da Intel, foi gerado um modelo muito similar das gêmeas com seus corações, ossos do peito, fígado e veias circulatórias. As bebês nasceram ligadas pelo tórax e mais especificamente por uma veia que conectava os átrios do coração.
A equipe médica responsável pelo caso utilizou da tecnologia para treinar e definir o melhor posicionamento a ser usado na mesa de cirurgia, o que foi essencial para a realização do procedimento, conforme explica Prof. Dr. Marcelo Jatene, diretor do serviço de cirurgia cardiovascular infantil. “Poder visualizar por meio da realidade virtual em 3D a anatomia das pacientes e compreender de forma bem realística o desafio cirúrgico, permitiu que a equipe médica reavaliasse o melhor posicionamento das gêmeas na mesa de cirurgia, visando um procedimento ainda mais seguro. A tecnologia auxiliou tanto as pacientes como os profissionais envolvidos.”
Essa não é a primeira vez que a Intel colabora com o InCor em busca de inovações nos processos hospitalares. Dentre os vários projetos em estruturação, uma solução inédita no âmbito da saúde mundial torna anônimos os dados pessoais de exames diagnósticos por imagens e de sinais biomédicos. Com base em inteligência artificial, foram utilizados métodos de aprendizagem profunda (deep learning) que resultaram na anonimização dos dados pessoais nos exames de imagens médicas e de sinais biomédicos.
A Intel, por meio da IRTI – Iniciativa Tecnológica RISE da Intel, também destinou mais de R$ 2,5 milhões em dois projetos do InCor: um voltado para o uso da telemedicina no atendimento remoto de pacientes e também em assistência da equipe de TeleUTI do InCor a hospitais públicos referenciados no Estado de São Paulo que estão atuando no combate a Covid-19. O outro projeto tem como foco o desenvolvimento de um banco de dados e de algoritmos de inteligência artificial, para entender as sequelas da Covid-19 em pacientes que tiveram a doença em seu estado grave ou gravíssimo, além de mensurar o custo da pandemia em pacientes crônicos que tiveram que postergar seu tratamento cirúrgico por conta da quarentena.