Estudo analisa uso de tecnologias de videomonitoramento no setor público
Redação, Infra News Telecom
O Instituto Igarapé, um ‘think and do tank’ independente dedicado à integração das agendas da segurança, justiça, clima e desenvolvimento, realizou um estudo sobre a implantação e uso de tecnologias de videomonitoramento no Brasil, com foco no setor público.
O trabalho, que durou nove meses, examinou dados das cidades de Campinas, SP, Salvador, BA, e Rio de Janeiro e teve como base a expansão da infraestrutura de câmeras urbanas, a compra de softwares de inteligência artificial para identificação e reconhecimento facial e de placa, além da criação de plataformas de compartilhamento de câmeras.
Segundo o estudo, a simples ampliação da quantidade de câmeras de vigilância pode não gerar uma redução na quantidade de crimes. Entre as principais limitações encontradas estão a dificuldade de implementação e operação, como a escassez de pessoal capacitado para operar o sistema; a falta de treinamento dos agentes policiais para realizar abordagens; a necessidade de manutenção dos equipamentos a curto e longo prazos; e a existência ou inexistência de protocolos de segurança da informação para esses sistemas. A pesquisa ainda destaca o alto número de falsos positivos e uma evidente ausência de dados que ajudem a comprovar que o investimento em videomonitoramento efetivamente contribui para a prevenção e redução de crimes.
Os principais casos de uso encontrados no estudo estão o reconhecimento facial (detecção de pessoas desaparecidas e procuradas pela justiça), CFTV (detecção de crimes, investigações criminais e de pessoas desaparecidas, prova em processos judiciais e monitoramento do trânsito e vias públicas) e reconhecimento de placa (detecção de veículos furtados, roubados e/ou utilizados em crimes). O estudo completo pode ser acessado em https://igarape.org.br/videomonitoramento-webreport/.