Fiber to the room: Solução com Wi-Fi 6 para residências, sem obras e sem perda de sinal
Com o serviço Wi-Fi 6 por meio do FTTR, o provedor passa a ter a possibilidade de compartilhar o custo com o cliente. Custos que, por sinal, não são mais tão expressivos, pois a tecnologia FTTR não exige um equipamento intermediário na rede para realimentar a entrega da fibra óptica.
Thyago Monteiro, diretor de engenharia da Connectoway
A demanda por mais aparelhos conectados em casa tem exigido mais qualidade no atendimento oferecido pelos provedores aos clientes. Fazer com que todos os aparelhos consigam operar na capacidade de Internet de fibra óptica adequada, sem o uso de repetidores de sinal, deixou de ser um grande desafio com a tecnologia FTTR – Fiber To The Room, por meio do Wi-Fi 6. A conexão proporciona baixa latência, ampla cobertura e capacidades Wi-Fi multiusuário, com velocidade de até 1,2 G e a comodidade de se deslocar entre os cômodos sem a conexão cair menos que 20 milissegundos, cobrindo 100% do imóvel.
O principal conceito do FTTR é que ele espalha a fibra óptica dentro da casa do assinante, por meio dos cômodos através de uma fibra invisível, para que ele possa ter a melhor experiência de conectividade em todos os ambientes, sem perder a velocidade e qualidade de conexão.
O grande diferencial é que o FTTR não precisa de uma obra para instalar e embutir os cabos na residência. A fibra ultrafina, que tem espessura um pouco maior que um fio de cabelo, é transparente, autocolante e pode ser posicionada junto à parede ou rodapés, sem alterar cores. O material foi projetado para suportar a aplicação em dobras de até 90º por meio de pequenos adaptadores transparentes sem romper. Ou seja, ultrapassa limites de cômodos. Uma praticidade que se soma à necessidade das residências, cada vez mais demandadas por serviços como streamings, aulas online, home office, games e resolução 4k. São soluções desenvolvidas para não interferirem fisicamente na arquitetura de qualquer ambiente.
Outro diferencial para o cliente final é um aplicativo, o “Smart Wi-Fi”, que ajuda no gerenciamento de toda rede de Internet da casa, inclusive solucionando possíveis problemas. Para o ISP- provedor de serviços de Internet, o sistema FTTR representa uma oportunidade de oferecer um serviço diferenciado e de qualidade ao seu cliente, ampliando o tíquete dos clientes.
O serviço de Internet via FTTH – fiber to the home atende residências em torno de 50 metros quadrados. A partir dessa metragem, o sinal passa a ser deficitário em alguns cômodos. Muitos clientes acabam optando pelo extensor de sinal, mas essa alternativa provoca a perda da velocidade e a troca de rede quando se acessa a rede por meio do extensor. A solução FTTR evita essas adversidades. A mesma velocidade de entrega é mantida em todos os cômodos e o usuário não precisa alterar a rede ao se locomover pela casa com seus dispositivos móveis, como celulares, tablets e notebooks.
Fabricantes de equipamentos trouxeram inicialmente a solução do mesh, colocando uma outra caixinha na rede que não atua como um repetidor, mas sim aumentando a cobertura da sua rede e a inteligência. Mesmo assim, há uma redução da velocidade na solução de mesh pura. O sistema FTTR resolve esse problema conectando um elemento principal, o main FTTR ou gateway, que vai interligar a fibra por dentro da casa. A ele, serão conectados até quatro ATBs, ou splitters redistribuidores de fibra, de uma forma discreta, assemelhando-se a uma tomada elétrica. A fibra é transparente e não interfere na corrente elétrica, facilitando os projetos. Por fim, o ATB é ligado a um roteador final, um equipamento edge ONT, que entrega a internet nos ambientes da casa.
Outra vantagem para os provedores é que o OLT vai enxergar apenas uma entrada do cliente e não as quatro saídas que o splitter permite. Ou seja, se o ISP já tem a rede FTTH, está apto a colocar a tecnologia FTTR em funcionamento; não precisa de uma nova rede específica para esse serviço.
Todo o sistema é pré-conectorizado. Os cabos ópticos têm tamanho de 10 a 50 m entre o splitter e o ATB, de acordo com a demanda do cliente e o tamanho do imóvel. Já entre o ONT e o splitter, os cabos podem ter 0,5, 10 e 15 m, proporcionando mais comodidade ao cliente, oferecendo ampla cobertura em propriedades maiores. Cada sistema FTRR consegue atender até 16 cômodos.
Sabemos que a entrega da Internet para o cliente final sempre foi a parte mais difícil do negócio, pois é a etapa que mais gera custos para os ISPs, principalmente com a compra do roteador. Com o serviço diferenciado do Wi-Fi 6 por meio do FTTR, o provedor passa a ter a possibilidade de compartilhar o custo com o cliente. Custos que, por sinal, não são mais tão expressivos, pois com as tecnologias GPON e FTTH, e agora com o FTTR, não se faz mais necessário ter um equipamento intermediário na rede para realimentar a entrega da fibra óptica. A fibra é uma extensão da rede FTTH e é trazida para dentro da casa a partir do ONT aos outros terminais.
Como toda nova tecnologia que ingressa no mercado, a solução FTTR tem um custo mais elevado que a demanda tradicional de conexão por banda larga fixa. Porém, os ISPs podem se beneficiar ao atenderem localidades mais afastadas, como fazendas em áreas rurais e condomínios fechados distantes dos grandes centros urbanos. Atualmente, os custos de instalação estão em torno de até cinco vezes a instalação de uma oferta tradicional de Internet banda larga. A tendência é que esses valores reduzam ao longo do tempo, com o barateamento dos equipamentos.