Fim de ano, hora de balanço
Edgar Amorim, facilitador DiSC e coach executivo, da Amorizar Pessoas
Final de ano é um bom momento para fazer um balanço. O que deu certo? O que não deu? O que perdemos? O que conquistamos?
E, claro, é momento de nos preparar para o próximo período. Muita gente não tem isso em mente e age no modo “deixa a vida me levar”. Essas pessoas não têm o hábito de planejar – e nem acreditam que planejar traga benefícios. Pessoas assim acreditam que fazer alguns cursos é o suficiente para obter sucesso profissional. Então elas resolvem fazer um curso de administração, que fala o tempo todo de planejamento e que ensina a técnica PDCA (Plan, Do, Check, Act – Planejar, Fazer, Verificar e Agir). Ou talvez um curso de empreendedorismo, que apresentará o Canvas, que é uma ferramenta de planejamento estratégico de negócio. Ou algum outro, que sempre vai tratar da necessidade de planejamento antes de agir.
Às vezes pode parecer que algumas pessoas fazem coisas sem planejamento, mas certamente em suas mentes, antes de agirem, elas “planejam” a ação, avaliam opções e riscos e por fim partem à ação. Um planejamento não precisa ser escrito, mas sim cumprir sua função de analisar alternativas e riscos e levantar necessidades para tomar a decisão de ação mais provável de sucesso – e claro, deve prever pontos de avaliação para fazer ajustes que se tornem necessários. Em geral, planejamento “não escrito” funciona bem para pessoas que já tiveram experiência com a atividade que será repetida e de curta duração. Atividades que exigem várias etapas e que demandem mais tempo devem passar por análises escritas – muita gente utiliza “post-it” para as anotações, pois permitem ser alterados facilmente. O planejamento de carreira merece esta atenção.
Para quem nunca fez um planejamento, pode parecer uma atividade entediante – principalmente para quem tiver um estilo comportamental voltado para a ação. No entanto, precisamos ter em mente que criar um novo hábito dá trabalho, mas a recompensa vem algum tempo depois. Vale lembrar que muita gente fez muito esforço para tirar a carteira de motorista e hoje nem lembra do sofrimento, mas usufrui muito do dirigir.
Então, aproveite o marco do fim de ano para fazer um “check” do que aconteceu de ruim e planeje os ajustes. Para o que aconteceu de bom, reforce a manutenção do que foi feito para chegar nesses resultados. Em relação ao próximo ano, pense em como quer estar quando o ano chegar ao fim. Quer fazer a mesma atividade com mais facilidade? Quer estar numa nova função? Quer empreender? Avalie quais serão os recursos, internos e externos, necessários para chegar lá. Um novo curso técnico? Talvez um curso de desenvolvimento de competências socioemocionais? Quanto tempo vai precisar de dedicação? Terá que passar algum feriado estudando? Quanto dinheiro irá precisar para esses cursos? Irá investir em networking/relacionamentos? Quantas conversas/cafés/happy hours reservará para esse networking? Vale a pensa pensar onde quer estar em três anos ou cinco anos.
Caso você não tenha ideia por onde começar, sugiro utilizar duas ferramentas:
• O 5W2H, que faz cinco perguntas que direcionam para caminho a seguir para um dado tema: o que? (meta), por que? (motivos), onde? (local onde executará – ajuda a mente se preparar), quem? (quem vai fazer), como? (como será feito) e quanto? (quanto vai custar?)
• O modelo Canvas, que faz perguntas mais abrangentes para um determinado objetivo. O Sebrae tem um documento muito bom sobre como utilizar o Canvas e está disponível gratuitamente em seu website.
Agora é com você, avalie e planeje sua carreira para o próximo ano. Quando você vai começar?
Sucesso!
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.