Frequência de 700 MHz aumenta a disponibilidade do 4G
Redação, Infra News Telecom
A Opensignal, empresa de análise móvel, avaliou o lançamento da faixa de frequência de 700 MHz no Rio de Janeiro e observou que a disponibilidade 4G aumentou. Os dados indicam que usuários de smartphones acessaram redes 4G na faixa de 700 MHz em áreas similares às existentes nas bandas de 2100 e 2600 MHz e, portanto, sugerem que a boa penetração interna da banda de sub-1 GHz, provavelmente, explica o aumento da disponibilidade. Mas devido à capacidade limitada da banda sub-1 GHz, quando os usuários se conectaram na faixa de 700 MHz, eles obtiveram, em média, uma velocidade de download 4G inferior a 20 Mbps em relação à banda de 2600 MHz.
Segundo a Opensignal, a disponibilidade de 4G no Rio de Janeiro aumentou de 69,9% no início de 2018, para 77,7% no final de março de 2019. No entanto, enquanto os ganhos do trimestre foram de cerca de 1% no início de 2018, eles mais que dobraram desde que a Claro, a TIM e a Vivo começaram a usar a frequência de 700 MHz em suas redes 4G no Rio de Janeiro, em junho de 2018.
A banda de 700 MHz é particularmente adequada para serviços de banda larga móvel devido a duas características principais: boa propagação de sinal, o que torna atraente aumentar o alcance de redes 4G; e penetração interna, porque experimenta menos perda de sinal nos edifícios.
A Opensignal analisou a experiência dos usuários em diferentes bandas de espectro 4G no Rio de Janeiro. Primeiro, foi observando o alcance de diferentes bandas de frequência nos locais onde os usuários passavam o seu tempo e as medidas foram agrupadas por banda de espectro, conforme os mapas abaixo.
O primeiro mapa (abaixo) mostra os locais no Rio de Janeiro onde os usuários se conectaram a redes 4G na banda recém-implantada de 700 MHz. Essa banda oferece boa propagação de sinal e cobertura, mas tem capacidade mais limitada e normalmente suporta velocidades mais baixas.
O segundo mapa (abaixo) mostra os locais onde os usuários de smartphone se conectaram a redes 4G nas bandas preexistentes de 2100 e 2600 MHz. Essas bandas oferecem maior capacidade, mas possuem menor propagação de sinal.
Em ambos os mapas, as medições aparecem espalhadas pelas áreas urbanas, indicando que os usuários de smartphone acessaram redes 4G em 700 MHz e bandas de frequência mais altas preexistentes, nos locais onde passaram a maior parte do tempo. Também é possível identificar que as medições combinadas nas bandas de 2100 e 2600 MHz parecem incluir mais localizações no segundo mapa, em comparação com aquelas conectadas à banda de 700 MHz no primeiro mapa,sugerindo que os usuários de smartphones estavam mais propensos a se conectarem às faixas de frequência mais altas do que a de 700 MHz.
Os usuários de smartphone no Rio de Janeiro desfrutaram, em média, 33,9 Mbps na velocidade de download de 4G, quando se conectaram a redes 4G, na banda de 2600 MHz. Mas, quando eles não podiam acessar as redes LTE na banda de frequência 4G mais alta, e conectadas nas faixas de 1800 ou 700 MHz, sua velocidade média de download de 4G caiu em mais de 20 Mbps.
Os dados da Opensignal sugerem que os usuários de smartphones na área urbana do Rio de Janeiro se beneficiaram da implementação da banda de 700 MHz em termos de alcance 4G estendido e tempo adicional para acessar redes 4G, devido à melhor penetração interna dos recém sub instalados na banda de 1 GHz. Mas, quando os usuários estão conectados à banda de 700 MHz, eles tiveram, em média, uma velocidade de download 4G inferior de 13,2 Mbps, com a capacidade limitada da banda de espectro e o trade-off necessário entre maior alcance e velocidades mais rápidas.