Furukawa apresenta novidades para redes FTTx
Redação, Infra News Telecom
A Furukawa, fabricante de infraestrutura de redes e comunicação, desenvolveu no Brasil uma solução de pré-conectorização em cascata para redes externas de fibra óptica (FTTx) baseada no modelo “pay as you grow”, ou pague conforme à demanda.
A operadora mexicana Izzi Telecom, que pertence ao grupo Televisa, será a primeira a utilizar o conceito na América Latina. O contrato com Furukawa, de US$ 50 milhões em produtos, tem duração de dois anos e prevê a substituição gradual da rede HFC da operadora na cidade de Monterrey. “Também vamos oferecer treinamento das equipes e colaborar nos levantamentos de campo”, completa o presidente da Furukawa Latam, Foad Shaikhzadeh.
São 8 mil km de cabos ópticos, 1,6 milhão home passed e 800 mil home connect. A produção inicial será apoiada pelas fábricas de Furukawa na região e exigirá investimentos adicionais de US$ 4 milhões. Também estão envolvidos no projeto a Nokia, Huawei e ZTE. A Izzi Telecom tem uma rede coaxial (HFC) com mais de 70 mil km de extensão, além de mais de 30 mil km de cabos ópticos, e está presente em aproximadamente 60 cidades em 29 estados mexicanos.
No Brasil, a Furukawa já iniciou testes na Vivo nas cidades de Brasília, DF, e Uberlândia, MG. “Os trials estão sendo realizados numa rede que será construída do zero. O conceito de “pay as you grow” traz muita flexibilidade para as operadoras e provedores de Internet, que podem administrar melhor o Capex, já que a instalação de acessórios e cabos ópticos é feita conforme o crescimento de assinantes de cada região”, diz Shaikhzadeh.
Investimentos
De olho na expansão das redes FTTx, tanto das grandes operadoras (Claro, TIM, Vivo e Oi) como dos provedores regionais de Internet, a Furukawa vai investir R$ 58 milhões no Brasil em 2019 – este ano o aporte foi de R$ 48 milhões. “Ainda há muito a ser feito no país em infraestrutura de banda larga. O 5G vai exigir investimentos das operadoras em redes ópticas”.
Para o presidente mundial do grupo Furukawa, Keiichi Kobayashi, o 5G puxará ainda mais a demanda por fibra óptica em todo o mundo. “As operadoras precisarão preparar os seus backhauls para a chegada do 5G. São as redes de fibra que tornarão a tecnologia viável para entregar altas velocidades de conexões e novos serviços”. Ele ainda acrescenta que no Japão a fibra óptica alcança 95% das residências. Já nos EUA essa porcentagem é de 20%, onde muitas operadoras iniciaram um processo de substituição de redes HFC por FTTx, e no Brasil é de apenas 5%.
Na visão de Kobayashi, os novos serviços e tecnologias exigem cada vez mais fibras de alto valor agregado, com cabos de tamanhos reduzidos e de alta qualidade. “Hoje 50% da fibra no mundo é utilizada pela China. Daqui a três anos pode haver um desabastecimento de fibra óptica. A Furukawa está se preparando para isso e para oferecer soluções diferenciadas, usando preformas de alta qualidade e desenvolvendo novas tecnologias de cabos. Temos equipes em todo o mundo que identificam essas necessidades. Dependendo da demanda, pretendemos duplicar a nossa capacidade de fabricação de fibra já em 2020, com investimentos superiores a US$ 150 milhões”.
Data center
Uma das apostas do grupo Furukawa é o mercado de data center de hiperescala, que requer uma arquitetura flexível e sistemas de hardware e software capazes de suportar altas larguras de banda.
Entre as novidades da companhia nesta área estão os cabos com tecnologia rollable ribbon. Basicamente, são cabos ultracompactos (5 mm) e com capacidade de acomodar 5436 fibras. “Nossos centros de pesquisa e desenvolvimento estão trabalhando em novas soluções de fibras, cabos e ferrolhos para atender altíssimas velocidades de conexões”, completa Kobayashi.
A companhia também está atenta ao modelo de edge computing, que descentraliza o armazenamento e a capacidade de processamento de dados, aproximando-os da borda. “A Furukawa no Brasil está bem forte nisso. Temos uma série de acessórios para pequenos data centers e sites distribuídos”, diz , Shaikhzadeh.
Um exemplo é o patchview, um sistema de gerenciamento de infraestrutura desenvolvido nos laboratórios da companhia em Curitiba, PR, e Campinas, SP. A solução disponibiliza uma série de recursos e envolve tecnologias como RFID e sistemas de identificação. “Com o aumento da capacidade de processamento, a velocidade de ação tem que ser mais rápida. Nesse sentido, monitorar a rede é o grande segredo”, finaliza Shaikhzadeh.