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Guia rápido para desbravar o universo do Kubernetes
Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil
Cerca de US$ 1,5 bilhão é o montante que o mercado de softwares de infraestrutura de contêiner deve movimentar em 2022, segundo a IDC. O cenário não poderia ser diferente. Os contêineres e o Kubernetes estão por trás de todo o processo inovador relacionado à arquitetura e execução das aplicações modernas para aumentar a eficiência da TI. Muitas empresas simplesmente não sabem como iniciar essa jornada, então antes de dar os primeiros passos, é preciso conhecer todos os elementos relacionados e entender como eles se complementam para resultar em uma orquestração perfeita.
Quem é quem na fila da conteinerização
As aplicações nativas da nuvem são projetadas para operar de forma semelhante à cloud, seja na nuvem pública ou on-premise, e a implementação e manutenção delas podem ser realizadas com mais rapidez e movidas entre diferentes ambientes com facilidade. Elas são geralmente compostas por microsserviços e são empacotadas em contêineres.
Os microsserviços são as funções individuais dentro de uma aplicação e formam a base de uma nova abordagem para essa arquitetura. Eles permitem que as equipes de TI criem e executem as aplicações de forma muito mais simplificada e rápida, provando que essa é uma tendência para empresas de todos os portes, desde as pequenas até as mais complexas, principalmente.
O contêiner é uma unidade de software padrão que isola um processo, ou seja, “empacota” o código e todas as suas dependências para que uma aplicação seja executada de forma rápida e confiável, de um ambiente para outro, seja na máquina local, on-premise ou na nuvem. Ele facilita a implementação das aplicações baseadas na nuvem trazendo eficiência para a execução das aplicações fragmentadas com alto nível de escalabilidade e fluidez e sobrecarga mínima. Além disso, contém todas as informações necessárias para executá-las em pacotes gerenciáveis.
Quem gerencia esses pacotes, claro, são os Kubernetes. Ele cria uma orquestração automatizada capaz de literalmente gerenciar a “saúde” dos contêineres, conciliando todos esses fragmentos de aplicações para montar uma nova aplicação composta ou eliminar e substituir, tudo conforme a necessidade.
A importância da centralização dos dados
Os dados estão nos holofotes dos negócios modernos e os maiores players digitais do mercado estão utilizando uma nova pilha nativa da nuvem para transformar esses dados em insights e valor. A nova pilha inclui um novo conjunto de aplicações, que vão desde as que analisam dados de streaming em tempo real e indexam grandes quantidades de dados para pesquisa, até as que treinam algoritmos de machine learning em conjuntos de dados cada vez maiores. E, sem dúvidas, toda essa revolução da nuvem está sendo impulsionada por uma combinação de contêineres e Kubernetes.
Os contêineres trazem eficiência para a execução de aplicações fragmentadas em altos graus de escalabilidade e fluidez com sobrecarga mínima, enquanto o Kubernetes cria uma orquestração automatizada capaz de literalmente gerenciar a saúde dos contêineres, conciliando todos esses fragmentos de aplicações para montar uma nova aplicação composta, eliminando e substituindo, tudo conforme a necessidade.
Microsserviços e contêineres: O match perfeito
Você se lembra quando foi a última vez que recebeu uma notificação de manutenção de um serviço de streaming avisando que o acesso estará indisponível? Não, porque isso não acontece. Nunca é um bom momento para atualizar esses serviços porque sempre tem milhões de pessoas assistindo ou ouvindo alguma coisa. O conceito dos microsserviços é baseado em quebrar uma aplicação em partes menores que se comunicam por meio de APIs, para que cada parte possa ser atualizada de forma independente. Ou seja, se um streaming precisa atualizar uma funcionalidade de redefinição de senha, por exemplo, não é necessário interromper o acesso e tanto desenvolvedores quanto usuários são muito gratos por isso.
Agora que ficou claro que os microsserviços vieram para ficar e dar suporte às aplicações do futuro, é preciso refletir em que tipo de ambiente devem ser executados – e são os contêineres. Eles apresentam um ambiente leve e consistente para microsserviços, que podem acompanhar a aplicação desde a área de trabalho do desenvolvedor até o teste e a implementação final. Além disso, os contêineres podem ser executados em máquinas físicas ou virtuais e são iniciados em segundos ou até milissegundos, ainda mais rápido do que as máquinas virtuais.
É fundamental buscar uma solução que forneça os serviços de dados nativos do Kubernetes que são essenciais para as aplicações nativas da nuvem e também para as aplicações tradicionais, já que elas não vão desaparecer tão cedo. Isso significa fornecer serviços de armazenamento em bloco, file e objeto, em múltiplas classes de desempenho, provisionados sob demanda conforme o Kubernetes exige, além do acesso instantâneo aos dados, proteção contra todos os tipos de falhas, capacidade de mover dados entre nuvens e até mesmo de e para a borda. Isso tudo independentemente do destino da aplicação.
Em meio ao turbilhão de novas tecnologias, muitos líderes buscam a receita para o sucesso das empresas modernas. Não existe uma receita, mas o Kubernetes definitivamente se tornou o molho especial “não tão secreto” para impulsionar essas transformações.
Paulo de Godoy tem 20 anos de experiência no mercado de TI, com foco em vendas de soluções para empresas de armazenamento, segurança, integração e interconectividade. O executivo ocupou cargos de liderança em empresas de destaque no setor tecnológico, como Hitachi, IBM e NetApp. Paulo iniciou as atividades na Pure Storage como gerente de vendas em 2014, e em 2016 assumiu a gerência geral da companhia no Brasil.