Receita de serviços de hospedagem de provedores brasileiros deve atingir R$ 2 bilhões em 2019
Redação, Infra News Telecom
De acordo com uma pesquisa anual realizada pela AbraHosting – Associação Brasileira de Empresas de Infraestrutura de Hospedagem na Internet, junto a sua base de associados, os provedores brasileiros de hospedagem compartilhada e infraestrutura de serviços de nuvem pública fecharam o primeiro semestre de 2019 com um crescimento de 25%, se comparado com o mesmo período de 2018. Esses dados projetam uma receita anual de cerca de R$ 2 bilhões para este ano – no exercício anterior o valor foi de R$ 1,6 bilhão. A base de associados da AbraHosting responde por cerca de 60% do tráfego de Internet no Brasil.
Para Luis Carlos dos Anjos, presidente da instituição, a atual taxa de crescimento representa uma retomada surpreendente ante os avanços do início desta década, após cinco anos seguidos de desaceleração. “De 2013 a 2018, o setor passou a avançar de forma mais lenta, em torno de 7% a 10%, antes esse percentual alcançava 20% ao ano”, acrescenta o presidente.
A direção da AbraHosting aponta uma adesão cada vez mais massiva dos pequenos e médios negócios à infraestrutura em nuvem. A entidade também verifica um movimento de transformação digital da economia com a disseminação de negócios baseados em aplicações móveis e da automatização por meio da comunicação M2M – machine-to-machine. “Um grande número de provedores está multiplicando suas receitas IaaS – infraestrutura como serviço e Paas – plataforma como serviço para hospedagem, execução e gerenciamento de aplicações para empresas da nova economia em rede”, comenta Luis Carlos. Ele aponta como exemplos os aplicativos de fast food (conectando milhões de pessoas com milhares de lanchonetes e restaurantes), fretamento e transportes, serviços domésticos profissionais, streaming de vídeo, jogos interativos e conexão de equipes para colaboração remota, entre inúmeros marketplaces e outros serviços disponíveis.
O executivo destaca, ainda, que muitas empresas preferem partir para a nuvem, em vez de atualizar os seus parques de TI, em fase de obsolescência, ou de investir na expansão de infraestrutura interna. Ele menciona o caso de usuários de aplicações Windows 7, que perderam o suporte de fábrica oferecido pela Microsoft e partem para aplicações em nuvem como alternativa à atualização de licenças. “No caso de empresas maiores, já existe uma cultura arraigada em favor da forma de entrega XaaS, não só por questão de economia, mas também de confiabilidade, disponibilidade performance e segurança”.
Os associados da AbraHosting, historicamente, investem em torno de 10% de suas receitas totais em tecnologia. Para 2019, o presidente da entidade acredita que este percentual deve subir substancialmente, para algo em torno de 13%, em função de ajustes necessários para atender às exigências da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados.