IA e código aberto: Uma tendência em ascensão
Prof.ª e Dra. Alessandra Montini
O movimento em prol do código aberto vem ganhando destaque em várias áreas da tecnologia, e a IA – inteligência artificial não está de fora dessa tendência. Com o surgimento de frameworks e bibliotecas de IA de código aberto, como TensorFlow, PyTorch e OpenAI Gym, o acesso à IA se democratizou e se tornou mais acessível. Recentemente, o tema ganhou ainda mais relevância com o lançamento de uma coalizão liderada pela META e IBM, envolvendo mais de 50 empresas, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento de soluções de código aberto.
A tendência da IA de código aberto está se consolidando na comunidade de tecnologia. Empresas, instituições acadêmicas e desenvolvedores individuais estão cada vez mais adotando e contribuindo para projetos dessa natureza. Um estudo conduzido pela Coleman Parkes Research, encomendado pela Cloudera, revelou que 92% das empresas destinam um orçamento específico para projetos de IA. Destas, 44% afirmam já ter casos de uso de IA em produção, indicando uma rápida adoção da tecnologia. Além disso, 80% das empresas planejam continuar investindo em tecnologias de código aberto nos próximos três anos, evidenciando a crescente confiança no potencial da comunidade de código aberto para impulsionar a inovação e garantir maior segurança e transparência.
Isso se deve, em parte, à natureza colaborativa e transparente do desenvolvimento de código aberto, que fomenta a inovação e o compartilhamento de conhecimento. Além disso, a demanda crescente por soluções de IA em diversas indústrias tem impulsionado o desenvolvimento de ferramentas de código aberto para atender a essas necessidades de forma acessível e flexível.
Diante desse cenário, surge a pergunta: a IA de código aberto é tão eficiente e eficaz quanto suas contrapartes proprietárias? A resposta é afirmativa. Frameworks de IA de código aberto, muitas vezes desenvolvidos por grandes empresas de tecnologia em colaboração com a comunidade de desenvolvedores, oferecem um conjunto abrangente de ferramentas e recursos para desenvolver uma ampla gama de aplicações de IA. Além disso, o modelo de desenvolvimento colaborativo do código aberto permite corrigir erros rapidamente e adicionar novos recursos de forma iterativa, resultando em software mais robusto e flexível.
É claro que a IA de código aberto terá um papel fundamental no desenvolvimento em todo o mundo. À medida que a tecnologia de IA avança, é essencial que ela seja acessível e transparente, permitindo que um número cada vez maior de pessoas participe de sua criação e aplicação. Além disso, a colaboração e o compartilhamento de conhecimento promovidos pelo modelo de código aberto são essenciais para impulsionar a inovação e resolver desafios complexos enfrentados pela sociedade.
Conforme avançamos em direção a um futuro impulsionado pela IA, é fundamental continuar apoiando e promovendo o desenvolvimento de soluções de IA de código aberto, garantindo que a tecnologia beneficie a todos de forma justa e inclusiva.
Diretora do LABDATA-FIA, apaixonada por dados e pela arte de lecionar, Alessandra Montini tem muito orgulho de ter criado na FIA cinco laboratórios para as aulas de Big Data e inteligência Artificial. Possui mais de 20 anos de trajetória nas áreas de Data Mining, Big Data, Inteligência Artificial e Analytics.
Cientista de dados com carreira realizada na Universidade de São Paulo, Alessandra é graduada e mestra em estatística aplicada pelo IME-USP e doutora pela FEA-USP. Com muita dedicação, a profissional chegou ao cargo de professora e pesquisadora na FEA-USP, e já ganhou mais de 30 prêmios de excelência acadêmica pela FEA-USP e mais de 30 prêmios de excelência acadêmica como professora dos cursos de MBA da FIA. Orienta alunos de mestrado e de doutorado na FEA-USP. Membro do Conselho Curador da FIA, é coordenadora de grupos de pesquisa no CNPq, parecerista da FAPESP e colunista de grandes portais de tecnologia.