Indústrias brasileiras vão ampliar investimentos em tecnologia
Redação, Infra News Telecom
De acordo com uma pesquisa realizada pela CNI – Confederação Nacional da Indústria, nos últimos dois anos, o número de grandes indústrias brasileiras que utilizam tecnologias digitais cresceu 10%.
A pesquisa contou com a participação de 632 empresas e comparou o uso de tecnologias digitais entre 2016 e 2018. Os números dão uma ideia de como o tema se popularizou e demonstram a difusão das tecnologias na indústria brasileira.
48% das companhias ouvidas pretendem investir em recursos da indústria 4.0. O percentual das companhias que implantaram pelo menos uma das 13 tecnologias digitais consideradas nas entrevistas passou de 63% para 73%.
Os dados mostram a relação entre o uso atual de tecnologias digitais e o planejamento de investimentos. No grupo das empresas que vai investir em recursos da indústria 4.0, 96% já têm alguma ferramenta digital e 4% ainda não dispõem de nenhuma das 13 modalidades tecnológicas listadas na pesquisa.
“Esse cenário demonstra que as empresas ainda estão em estágio inicial da migração para a digitalização. Será um processo gradual, mas os dados já demonstram uma evolução na indústria brasileira”, afirma Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa e competitividade da CNI.
Eficiência na produção e melhor gestão dos negócios
Segundo o estudo, a indústria apostou na modernização para ganhar eficiência na produção e melhorar a gestão dos negócios. Entre as empresas que já usam tecnologias digitais, 90% contam com soluções voltadas para o processo de produção e/ou gestão. A aplicação para o desenvolvimento de produtos é utilizada por 58% das companhias pesquisadas. No caso de recursos voltados a produto e novos modelos de negócio, o percentual cai para 33%.
A automação digital com sensores para o controle de processo segue como o recurso digital mais popular, utilizado por 46% das entrevistadas em 2018 – em 2016 esse percentual era de 40%. Na sequência, aparecem sistemas integrados de engenharia para o desenvolvimento e manufatura de produtos, com 37%, volume 10% maior que em 2016, e automação digital sem sensores, com 30% – em 2016 a tecnologia era usada por 15% das empresas entrevistadas.
As tecnologias mais sofisticadas têm menor presença na indústria brasileira, mas já é possível observar a intenção dos empresários de investir ainda em 2018. Por exemplo, 17% das empresas pretendem implantar sistemas inteligentes de gestão, gêmeos digitais e inteligência artificial. Outros 23% devem adquirir tecnologias relacionadas a serviços em nuvem associadas a produtos. Para 18%, os investimentos se darão ainda em big data.
“É um caminho natural. As empresas primeiro experimentam, observam resultados e, aos poucos, tendem a sofisticar os investimentos. O que devemos chamar a atenção é que o Brasil não tem muito tempo para fazer essa transição. É preciso rapidez nesse processo”, acrescenta Fonseca.
Retomada da demanda
A expectativa de retomada da demanda foi o principal elemento de estímulo ao investimento da indústria em 2018. Fatores técnicos, como tecnologia, mão de obra e matéria-prima, também afetaram positivamente a decisão de investir. Recursos financeiros, regulação e burocracia pesaram contra o investimento.
Entre as empresas que pretendem aplicar em tecnologias digitais, 69% indicaram que suas decisões foram estimuladas pela demanda em 2018. No caso das empresas que planejam investir, mas não em tecnologias digitais, a demanda foi considerada estimulante para 61% e limitante para 27%.