Infraestrutura como código é um tesouro para a automação
Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil
A transformação digital tem tudo a ver com a capacidade de responder rapidamente a novas situações. Esse termo tão utilizado, quando analisado separadamente, envolve uma variedade de significados e complexidades, com múltiplas implicações práticas tanto para os negócios quanto para a TI.
Para os negócios, essa mudança promete níveis de agilidade antes inimagináveis na capacidade de responder às novas demandas dos clientes com base em inovação e escala. Afinal, ambos exigem extrema rapidez para atender às condições modernas do mercado. No aspecto tecnológico, significa que a velocidade de desenvolvimento e implementação das aplicações devem ser construídas sobre uma plataforma, independentemente de onde ela esteja, mesmo na nuvem.
Hoje, a transformação das empresas está cada vez mais centralizada na maximização do valor dos dados e o armazenamento se tornou um elemento fundamental para alcançar isso. Neste conteúdo veremos os requisitos do armazenamento para promover essa transformação e como o storage evoluiu para disponibilizar serviços em uma velocidade recorde e de forma simplificada para os desenvolvedores, com características associadas de desempenho e proteção e acessados por meio de código ou interface de usuário.
O desafio dos DevOps precisa se tornar uma oportunidade
O principal efeito da transformação para a infraestrutura de TI está na necessidade de incorporar recursos de autoatendimento sob demanda. A finalidade é permitir o rápido desenvolvimento e o dimensionamento de aplicações para atender às necessidades de negócios diante da concorrência. Esta necessidade pode envolver um produto totalmente novo ou lidar com picos repentinos de demanda. Em ambos os casos, os desenvolvedores precisam ter acesso rápido ao storage.
No entanto, os desenvolvedores não querem pensar em armazenamento, muito menos em configurações complexas. Eles precisam de um menu simples de serviços de fácil compreensão que possam ser incorporados ao código por meio de APIs, instruções de interface de linha de comando (CLI) ou acesso por meio de cliques na interface gráfica do usuário (GUI). Eles só querem especificar o que precisam a partir de um conjunto conciso de perfis de desempenho, capacidade, proteção de dados e compliance. Eles não precisam conhecer totalmente a infraestrutura, muitas vezes nem mesmo se a capacidade está em seu próprio data center ou na nuvem.
A realidade atual muitas vezes está longe disso, com infraestruturas complexas de armazenamento legado de SAN e NAS que exigem longos processos de configuração manual e habilidades específicas. Em casos extremos, o provisionamento de armazenamento pode levar dias ou semanas, com várias interações à medida que os requisitos são esclarecidos e os sistemas configurados. Além disso, a infraestrutura legada pode não ter uma integração eficaz com o armazenamento em nuvem. Isso pode se tornar uma desvantagem significativa para a transformação digital das empresas, porque a capacidade de hospedar aplicações de maneira flexível nesses ambientes é essencial para gerar valor aos negócios.
O essencial precisa ser invisível aos olhos
O armazenamento sob demanda, seja provisionado por meio de código ou GUI pelo desenvolvedor ou proprietário da aplicação, se tornou essencial nos esforços de transformação de uma empresa. A infraestrutura deve ser invisível para quem precisa se concentrar na sua aplicação, com especificações de autoatendimento incorporadas ao código e consumidas por meio de APIs, comandos CLI ou por meio de uma GUI.
Enquanto isso, nos bastidores, a infraestrutura de storage deve ser automatizada para atender aos requisitos do desenvolvedor em termos de desempenho, capacidade e proteção de dados e, em seguida, informar ao desenvolvedor ou proprietário da aplicação que a solicitação foi atendida. Em outras palavras, o armazenamento precisa estar disponível sob demanda da mesma forma que estaria na nuvem.
A própria infraestrutura precisa ser escalonável para responder aos requisitos do usuário, reequilibrar as cargas de trabalho entre instâncias e funcionar de forma inteligente no manuseio da análise de uso, identificando possíveis problemas de desempenho e destacando os requisitos de atualização futuras. Hoje, a maioria das cargas de trabalho on-premise é gerenciada em uma base de array para array, o que é ineficiente, quando comparado ao gerenciamento de nível de frota em várias regiões e zonas de disponibilidade.
Os requisitos em um armazenamento automatizado
No nível mais alto, a infraestrutura de storage precisa atender às necessidades das empresas em termos de confiabilidade e disponibilidade, ter flexibilidade de escala para atender um mundo imprevisível e ser gerenciada sem precisar de um exército de tecnólogos altamente qualificados. Ao mesmo tempo, também deve fornecer capacidade instantânea de armazenamento por meio de autoatendimento para atender usuários mais exigentes.
Tudo isso equivale a algo que oferece uma experiência semelhante à nuvem, com foco no proprietário da aplicação e na experiência do desenvolvedor, facilmente integrado a ferramentas abertas de gerenciamento de infraestrutura. Isso deve ser consistente no data center ou em uma instalação de co-localização do cliente ou na nuvem pública.
As empresas precisam de uma infraestrutura de armazenamento capaz de fornecer uma ampla variedade de serviços simples e facilmente consumidos por desenvolvedores e proprietários de aplicações, permitindo, assim que eles impulsionem as mudanças rápidas e a transformação dos negócios.
Paulo de Godoy tem 20 anos de experiência no mercado de TI, com foco em vendas de soluções para empresas de armazenamento, segurança, integração e interconectividade. O executivo ocupou cargos de liderança em empresas de destaque no setor tecnológico, como Hitachi, IBM e NetApp. Paulo iniciou as atividades na Pure Storage como gerente de vendas em 2014, e em 2016 assumiu a gerência geral da companhia no Brasil.