Infraestrutura da Angola Cables no Brasil melhora a experiência de tráfego do usuário
Redação, Infra News Telecom
A operadora de telecomunicações Angola Cables iniciou a oferta de soluções de infraestrutura de peering remoto por meio da parceria com a DE-CIX, empresa especializada em serviços de Internet Exchange (IX) e que atende cerca de 1000 operadoras, ISPs – provedores de Internet e redes de conteúdo em 100 países com mais de 6 Terabits de tráfego de pico.
O acordo com a DE-CIX contribui para que as redes da África e da América Latina da Angola Cables tenham uma rota alternativa de conexão com a Europa e a América do Norte.
Segundo André Martins, gerente comercial da Angola Cables no Brasil, com essa parceria a companhia pode comercializar portas de 1 Giga de troca de tráfego. “Pequenos e médios ISPs têm agora uma opção de custo mais acessível para trocar tráfego com grandes centros internacionais”.
O programa de revendas da DE-CIX permite que parceiros, como a Angola Cables, revendam portas peering em qualquer área onde possuam infraestrutura. A Angola Cables vai se conectar a localizações da DE-CIX em Nova York e Frankfurt.
Cabos submarinos
Hoje a Angola Cables conta com três sistemas submarinos que circulam o Atlântico: WACS – West African Cable System, conecta países da costa africana a europeus; SACS – South Atlantic Cable System, fará a conexão entre a América Latina e a África e entrará em operação ainda este ano; e o Monet, responsável pela rota São Paulo, Fortaleza e Miami.
Com isso, a companhia traz novas opções de rotas e oferece conexões com menor latência e maior capacidade de transmissão. “Nossa infraesturura encurta alguns caminhos e melhora o tempo de velocidade e acesso aos conteúdos”, completa Martins.
O executivo ainda reforça que a rede conta com tecnologias e serviços inovadores, como o compartilhamento de espectro. Basicamente, esse sistema possibilita comercializar bandas sob demanda e em “pedaços”. “Nossos clientes ainda podem gerenciar a sua topologia de rede e utilizar os seus próprios equipamentos de transmissão”.
Hoje, a companhia está focada em três verticais de negócios: circuitos ponto a ponto; IP transito, com serviços adicionais como peering remoto; e data center, com soluções de colocation completas, incluindo serviços de manutenção, segurança, entre outros.
Investimentos e data center
Ainda este ano, o data center da companhia no Brasil, localizado em Fortaleza, CE, entrará em operação. Com classificação Tier III e três mil metros de área construída, o centro é um ambiente neutro para receber infraestrutura de terceiros. “Temos um espaço de livre concorrência. O cliente, por meio de um simples cross connect, poderá ter acesso a diferentes cabos submarinos”.
Segundo Regina de Sá Menezes, country manager da Angola Cables no Brasil, com os investimentos feitos no Brasil, que somam US$ 300 milhões, a companhia vai criar um ponto de interconexão para que o tráfego de alta capacidade permeie pela região nordeste.
Hoje, chegam no país 11 cabos ópticos submarinos e 9 deles estão em Fortaleza. “A redução da latência será promovida não só pelos novos cabos e tecnologias, mas também pelo data center que poderá abrigar conteúdos importantes de grandes OTTs, por exemplo”, diz a executiva, acrescentando que há uma concentração de tráfego muito grande em São Paulo, cerca de 3 Terabits – o Rio de Janeiro agrega 300 Gigabits.
“Existe um movimento muito grande de várias empresas e entidades para descentralizar o tráfego e melhorar a experiência do usuário em outras localidades. Isso só será possível com uma infraestrutura robusta e de alto nível. Nosso objetivo é propiciar condições necessárias para que o volume de tráfego tenha onde ser alocado com entradas e saídas e possa ser duplicado ou transferido para Fortaleza”.