Infraestrutura e conectividade para a descentralização do conteúdo
Redação, Infra News Telecom
Por Célio Mello, gerente de produtos e projetos estratégicos da Eletronet
Não há como prever onde irão parar as demandas por conteúdo e tráfego de dados. Com crescimento cada vez mais acentuado, estes processos acompanham o desenvolvimento da sociedade, que de forma cada vez mais rápida, não para de criar formas de utilização de banda.
No passado, acreditava-se que os softwares de planejamento e gestão integrada (ERPs) seriam o estado da arte das aplicações, com o uso de aplicativos e ferramentas de tecnologia da informação que demandavam conectividade em tempo real e utilização de banda crescente. Porém, o mercado seguiu novos passos, como por exemplo, com a utilização da nota fiscal eletrônica, processo que exige 100% conectividade online, aumentando consideravelmente a criticidade de banda.
Com a massificação e a popularização de aplicativos e sistemas, que se apropriaram de uma infraestrutura permanentemente conectada, o crescimento de banda e tráfego da internet passou a ser exponencial. Assim, chegamos em um estágio no qual conteúdos em plataformas como Youtube e Netflix se tornam ainda mais envolventes.
Soluções de computação cognitiva, carros conectados ou mecanismos de inteligência artificial estão começando a se tornar comuns. A demanda utilizada não é somente de banda, mas também por uma intensa troca de informações pela rede, estabelecendo novas formas de negociação e utilização dos recursos das empresas, pessoas e sociedade.
A infraestrutura de conectividade tem sido o motor que suporta todas as evoluções neste processo cíclico de atualização, desenvolvimento e adequação às novas demandas. Provedores de transporte, trânsito, backbone e acesso precisam se preparar para novos cenários de crescimento. Para que isto ocorra, paradigmas estão sendo quebrados e redimensionados. Um grande exemplo são os acessos aos conteúdos, localizados anteriormente fora do Brasil, e que exigiam conectividade internacional para chegar até eles.
O panorama evoluiu devido a aplicações sensíveis à latência tais como jogos, vídeos e demais aplicações em tempo real. A tendência é a descentralização destes conteúdos, cada vez mais próximos dos usuários finais, funcionando de forma integrada e harmônica, com nível de conectividade diferenciada, constante e ilimitada. Dessa forma, a empresa de conteúdo continua com seu ponto central fora do Brasil, mas, de forma descentralizada, alimenta pontos distintos que estão posicionados mais próximos dos usuários, criando um facilitador no acesso aos conteúdos.
Enquanto os cabos submarinos garantem o trânsito de dados nas ligações internacionais, os backbones nacionais entregam o conteúdo na parte terrestre para provedores regionais e de acesso, que distribuem aos clientes finais. Garantir essa infraestrutura é essencial em um país com um enorme mercado consumidor e oferta pouco explorada, além de uma baixa penetração de Internet. Estamos apenas no começo desta revolução.