iVOCS implanta sistema LTE para levar Internet de alta velocidade a áreas rurais
Redação, Infra News Telecom
A iVOCS, provedor de Internet com sede em Cachoeira do Sul, RS, implantou um sistema LTE, em parceria com a Baicells, fornecedora de equipamentos para redes LTE e 5G, para levar Internet de alta velocidade a comunidades rurais e periféricas. “Uma grande parte da população da nossa área de atuação vive em locais rurais e afastados e não consegue receber serviços de telecomunicações devido a vários obstáculos que causam condições de PLOS (linha de visão parcialmente obstruída) ou NLOS (com linha de visão obstruída) em relação a torres atualmente instaladas na região”, comenta Maurício Schuck, diretor da iVOCS.
Ricardo Pence, diretor da Baicells, explica que nessas áreas as soluções atuais, baseadas na tecnologia Wi-Fi outdoor, geralmente com frequências de 900 MHz, 2,4 ou 5 GHz, não estão disponíveis, exceto as que têm uma condição de LOS (com toda a linha de visão) com as torres atuais. “A baixa densidade populacional nessas regiões não justifica o alto custo de uma conexão de fibra óptica, por exemplo. A população que vive nessas áreas não tem conectividade ou utiliza serviços com velocidades abaixo de 2 Mbps”.
Com a solução LTE fornecida pela Baicells, a empresa oferece serviços de voz, dados e vídeo e, em breve IPTV, com velocidades superiores a 10 Mbps. Segundo Schuck, a companhia já reduziu o serviço técnico em 90% e conseguiu aumentar em 20%, no ano passado, a sua base de clientes residenciais. Já o crescimento no mercado corporativo foi de 40%, no mesmo período. “Conseguimos atender clientes que não tinham a possibilidade de ter uma conexão à Internet devido a sua localização, pois estavam em condições PLOS ou NLOS com suas torres ou distantes mais de 10 km em condições LOS, além daqueles que precisavam de acesso de boa qualidade para os seus sistemas de Notas Fiscais Eletrônicas”.
A empresa ainda aumentou a sua receita média por usuário em 25%. “Antes de adquirir os equipamentos da Baicells, realizamos vários testes com diferentes fornecedores de soluções LTE durante 2 anos, com base em um modelo de negócios CPE externa”.
Hoje, as suas torres têm a capacidade de conectar usuários em um raio de cobertura entre 10 a 15 km. Seu modelo de negócio não inclui CPE indoor ou MiFi (roteadores Wi-Fi moveis com suporte a LTE). “Entendemos que equipamentos internos ou Wi-Fi são para usuários que estão localizados em um intervalo de 300 a 1000 metros, no máximo, das nossas torres. Nosso negócio é conectar casas e empresas e requer uma conexão estável e segura, 100% do tempo”, completa Schuck.
De acordo com ele, a solução ofereceu um melhor custo-benefício do que as redes de fibra óptica. “O foco não foi o valor da CPE e sim o custo por conexão de usuário. O investimento em uma rede de fibra óptica, de menos de 3 km, é o mesmo que o de uma torre LTE para cobrir entre 10 a 15 km. Isso representa uma área de cobertura de cerca de 700 km². Além disso, o nosso “core” são as áreas de média e baixa densidades. Temos autorização da Anatel para implantar redes LTE na frequência de 2,5 GHz (banda 38 E-UTRAN)”, diz o diretor, acrescentando que, em 2015, o provedor ganhou o leilão público para o direito exclusivo de uso do espectro de 2,5 GHz em oito municípios localizados no estado do Rio Grande do Sul.