Microtecnologia como alternativa para a expansão das redes de fibra óptica
Redação, Infra News Telecom
Tecnologias como cloud computing, Internet das coisas e OTT – Over-the-top exigem infraestruturas de redes cada vez mais velozes e capazes de garantir conexões mais confiáveis e seguras.
Nesse sentido, a demanda mundial por fibra óptica é cada vez maior. “Hoje, são instalados 500 milhões de quilômetros de fibra óptica por ano em todo o mundo, sendo a China, EUA e Índia os maiores compradores. Já o Brasil responde por menos de 1% desse volume”, disse Marco Antonio Scocco, gerente de engenharia da Sterlite Tech, empresa global especializada em projetar, construir e gerenciar redes digitais inteligentes, durante um painel no Futurenet, evento que a Abranet – Associação Brasileira de Internet promoveu no dia 15 de outubro no Futurecom, em São Paulo.
Microtecnologias
Diante da perspectiva do aumento do consumo de fibras ópticas e da saturação da infraestrutura de telecomunicações, as microtecnologias podem ser uma alternativa viável para a expansão das redes de Internet. O problema é que no Brasil ainda se usam cabos com capacidade para poucas fibras. “Em todo o mundo, há uma tendência de compactação e de redução do diâmetro dos cabos que abrigam as fibras e do aumento da quantidade de fibras por cabo”, comentou Scocco. Há dutos com capacidade, por exemplo, de compartilhar mais de 2 mil microcabos.
Para o gerente, a microtecnologia é uma tendência mundial, mas que necessita de equipes treinadas. Ele também alertou que no Brasil a mão de obra qualificada é uma questão que ainda deve ser resolvida.
A tecnologia consiste na instalação de microcabos ópticos por sopramento em microdutos, que podem ser, por exemplo, implantados em microvalas com cortes de 5 cm de largura por 40 cm de profundidade. A instalação é feita por meio de uma máquina com um disco de diamante que corta o solo. Uma das vantagens é a possibilidade de ter um número muito maior de microcabos compartilhados.
Segundo Gilberto Giasseti, sócio da Porto Seguro Cortes e Furos, empresa focada nos mercados industrial e de construção civil, a abertura de uma microvala é cerca de 50% mais econômica do que uma obra convencional com a mesma finalidade. “As obras são rápidas, não atrapalham o trânsito nas vias, envolvem poucas pessoas e têm pouco impacto no cotidiano do cidadão. Em um dia, é possível realizar 200 a 300 metros de obras, completas, finalizadas e com acabamento. Não é necessário recapear a via inteira, como em obras tradicionais”, esclareceu Giasseti. Entretanto, segundo ele, ainda é necessário estabelecer padrões e protocolos.
A engenheira de vendas da Dura-line, fornecedora de produtos e sistemas de infraestrutura de comunicação e energia, Evelyn Vieira, lembrou que as microtecnologias têm boa aceitação pelas prefeituras. “A situação da rede aérea em cidades como São Paulo é um caos e o poder público precisa solucionar esta situação”.
A Abranet vem buscando soluções para ajudar na organização e expansão das redes de telecomunicações que suportam a conectividade de Internet, principalmente nas cidades em que a infraestrutura convencional está saturada. “Um ponto importante é fazer com que a ocupação dos pontos abrigue o maior número possível de empresas. Precisamos pensar cada vez mais no compartilhamento”, completou o presidente da Abranet, Eduardo Parajo.