O futuro das mulheres na segurança cibernética
Longinus Timochenco, da Stefanini Rafael
O futuro das mulheres na segurança cibernética é agora e uma realidade. A cibersegurança já está no cotidiano de pessoas e empresas há algum tempo, cada vez mais forte e carente de profissionais qualificados para combate a indústria do crime digital de forma preditiva. Nesta edição, trago o tema “Mulheres no mundo cibersegurança” pra refletirmos.
As mulheres vêm abraçando com muita qualidade e eficiência essa oportunidade. O estudo da Kaspersky Lab aponta que as mulheres representam apenas 11% do total da força de trabalho na área de cibersegurança. É fato que os homens predominam neste segmento. O levantamento evidencia que esse quadro tende a se manter, sem alteração para os próximos anos, ou seja, 78% das jovens mulheres jamais cogitaram a possibilidade de se aventurar por uma carreira nessa área.
Habilidades
O estudo mostra também que, em geral, as mulheres não têm conhecimento das habilidades que os empregadores procuram e, ainda, não têm a convicção se contam com os atributos que são exigidos para exercer essa atividade. Ao serem questionadas sobre os motivos de não tomarem a decisão de investir na carreira de segurança cibernética, as mulheres se mostraram mais inclinadas do que os homens ao afirmar que não possuem experiência em codificação (57% vs. 43%), não têm interesse em computação (52% vs. 39 %), não têm conhecimento de cibersegurança (45% vs. 38%) e que não são suficientemente ‘afiadas’ em matemática e exatas (38% vs. 25%).
Importante ressaltar que as indústrias de cibersegurança já identificaram que as mulheres podem agregar valor significativo para este setor, considerando suas habilidades naturais tais como precisão nos detalhes e mente analítica que avalia rapidamente os problemas mais complexos, provendo soluções práticas.
O mercado reconhece que as mulheres são capazes de gerenciar múltiplas tarefas, enquanto lideram grupos para atingir resultados positivos e sucessos surpreendentes.
Alguns fabricantes, como Kaspersky, Symantec, IBM e One Identity, estão na vanguarda dessa realidade e investindo fortemente neste perfil, incluindo-as nas academias, laboratórios, engenharia e em campo de trabalho.
Entretanto, a representação das mulheres neste aspecto de segurança dominado pelos homens é alarmantemente baixa ainda mais se considerarmos todas as áreas: compliance, auditoria e governança. Certamente, o mercado possui mentes brilhantes independente do gênero, uma vez que o trabalho conjunto pode prover a perfeição. O maior desafio para as mulheres é ter a real percepção da capacidade para se tornarem codificadoras, programadoras e pesquisadoras de segurança on-line.
Nosso objetivo dever ser de encorajar, capacitar e promover o ingresso de mais mulheres tanto no mundo da cibersegurança, como em mercados de segurança da informação, compliance e outros.
É preciso vencer os preconceitos e, dessa forma, elevar a nossa maturidade profissional. Supervalorizamos o novo, o digital, o cumprimento de metas, mas falhamos na essência, no básico. O caminho é unir forças e conhecimento para a construção de algo maior e poderoso para atingirmos um objetivo comum e salutar para todos.
É CISO – Chief Information Security Officer & Diretor de Governança Corporativa na KaBuM!. Tem mais de 25 anos de experiência em tecnologia e possui forte atuação em defesa, governança corporativa, risco & fraude, compliance e gestão de TI. Membro do Comitê Brasil de Segurança da Informação ISO IEC JTC1 SC 27 na ABNT Brasil, Timochenco desenvolveu uma série de trabalhos junto a consultorias e grandes corporações globais no gerenciamento de projetos estratégicos, auditorias e combate a crimes cibernéticos. Premiado – Security Leaders Brasil 2014 e 2016.