Novas tecnologias mudam os rumos dos negócios
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
Num cenário cada vez mais competitivo, empresas de diversos segmentos do país ampliam seus investimentos em novas tecnologias em busca de mais eficiência e produtividade. O levantamento “Agenda 2023”, realizado pela Deloitte, mostra que sete em cada dez empresas investirão em inteligência artificial em 2023 e, para a maioria delas, a IA é aplicada no apoio ao suporte e atendimento aos clientes. Mais de 60% das companhias migraram ao menos metade de seus documentos de gestão digitais para serviços de cloud.
O relatório aponta que 10% das empresas já aplicaram drones em suas atividades e 12% pretendem aumentar os investimentos e IIoT – Internet das coisas industrial. Além disso, 72% das organizações utilizam sistemas de ERP, mas 28% deverão aumentar os investimentos em 2023.
Tecnologias de smart data também são listadas como prioridade: quase seis em cada 10 companhias irão investir em aplicações que apoiam previsões e estratégias (data analytics); e 46% das companhias respondentes pretendem aumentar os aportes em BI – business intelligence.
Já o blockchain ainda é um recurso emergente: apenas 5% das empresas participantes do estudo utilizam esse tipo de solução e outras 9% estão em fase de teste. O documento ainda destaca a importância de uma boa infraestrutura de telecom para acelerar a transformação digital nas companhias, com o uso de 5G e segurança digital para todas as aplicações.
A pesquisa foi feita com 501 companhias de setores como manufatura, agronegócio, TI e telecom e infraestrutura. As empresas participantes do estudo somaram, em 2022, uma receita de R$ 2,1 trilhões e foram responsáveis por 21% do PIB brasileiro.
Inovação no agronegócio
No agronegócio esse panorama não é diferente. Para se manterem competitivos, empresários do setor começam a experimentar novas tecnologias. Um exemplo é o uso de inteligência artificial.
A conexão à Internet ainda é um desafio, mas com a expansão do 5G isso deve mudar, beneficiando não só os grandes produtores como também as pequenas propriedades que, em geral, têm dificuldades de acesso à conectividade.
Num artigo publicado nesta edição, a professora e pesquisadora da FEA-USP, Alessandra Montini, diz que os produtores rurais e toda cadeia agro terão que investir em suas operações para atender um mercado cada vez mais exigente. Ela destaca o uso da inteligência artificial na rastreabilidade da proteína animal que auxilia a coletar, analisar e interpretar grandes volumes de dados ao longo da cadeia produtiva. “A rastreabilidade passa a ser uma necessidade para legislações e medidas obrigatórias de países que importam do Brasil, informando um consumidor final cada vez mais atento. Com a IA, é possível desenvolver sistemas de identificação automatizada como reconhecimento facial ou identificação por radiofrequência para acompanhar individualmente os animais ao longo de sua vida”.
Outro setor que também tem visto a inovação como uma forma de manter a competitividade é o automotivo. Para Paulo Godoy, country manager da Pure Storage no Brasil, “os fabricantes de automóveis estão na vanguarda das novas tecnologias, mas o ritmo crescente de mudanças na computação trouxe um pouco mais de pressão para avançar ainda mais rápido com projetos”.
Esta edição também inclui temas sobre redes neutras, fundamentos do osciloscópio, carreira, nuvem e DevOps.
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.