Novo trojan bancário afeta usuários corporativos no Brasil
Redação, Infra News Telecom
Pesquisadores da ESET, empresa especializada em detecção proativa de ameaças, descobriram um trojan bancário que tem como alvo os usuários corporativos no Brasil. Nomeado Janeleiro, o trojan está ativo desde, pelo menos, 2019 em muitos setores, incluindo engenharia, saúde, varejo, indústria, finanças, transporte e instituições governamentais. E-mails maliciosos são enviados para empresas do país e, embora não seja comum pensar que se tratem de ataques direcionados, eles parecem ser enviados em pequenos lotes.
De acordo com os profissionais da ESET, o Janeleiro tenta enganar as pessoas com janelas pop-up projetadas para se parecerem com os sites de alguns dos maiores bancos do país. Depois disso, ele faz com que as vítimas do malware insiram suas credenciais bancárias e informações pessoais.
O Janeleiro é capaz de controlar janelas na tela, coletar informações sobre elas, matar chrome.exe (Google Chrome), fazer captura de tela, bem como controlar teclas de keylogging e movimentos do mouse. Ele pode ainda sequestrar a área de transferência para alterar endereços de bitcoin com os de criminosos em tempo real.
A maioria dos comandos do Janeleiro é para o controle de janelas, mouse e teclado, e suas falsas janelas pop-up. “A natureza desse tipo de ataque não é caracterizada por suas capacidades de automação, mas sim pela abordagem prática: em muitos casos, o operador deve ajustar as janelas pop-up por meio de comandos executados em tempo real”, diz o pesquisador da ESET Facundo Muñoz , que descobriu o Janeleiro.
Segundo ele, o trojan já estava em desenvolvimento já em 2018 e, no ano passado, melhorou seu processamento de comando para dar ao operador maior controle durante o ataque. “O caráter experimental do Janeleiro indo e vindo entre versões diferentes revela um ator de ameaça que ainda está tentando encontrar a maneira certa de gerenciar suas ferramentas, mas não é menos experiente em seguir o projeto exclusivo de muitas famílias de malware na América Latina”.