Nuvem pública: Tudo o que você precisa saber antes de adotá-la na sua empresa
O modelo de nuvem pública é a porta de entrada das companhias no mundo de cloud computing.
Ademir Piccoli, Advogado e evangelizador do uso intensivo de tecnologia no segmento Jurídico
Você sabia que a capacidade de processamento de um chip dobra a cada 18 meses? Isso é o que diz a Lei de Moore (1965), do cofundador da Intel, Gordon Moore. 53 anos se passaram e a premissa segue verdadeira. Por isso, a busca por tecnologias disruptivas segue intensa. A adoção de inovações como cloud computing ganha popularidade, inclusive por quem não é profissional de tecnologia. Nos últimos anos, a computação em nuvem se consolidou desde os mais modernos ambientes de TI até o armazenamento de fotos que tiramos no dia a dia.
À medida que o conhecimento sobre as mais diversas disciplinas se espalha, o volume de informação existente no mundo começa a dobrar quase anualmente. Assim, a necessidade de crescimento da capacidade computacional das empresas precisa acompanhar a velocidade da informação.
Após o receio inicial, o armazenamento de dados em nuvem agora é amplamente utilizado por empresas e pessoas. O modelo utilizado em maior escala é a nuvem pública, ou seja, aquele que está disponível a qualquer um, sem a necessidade de grandes investimentos de infraestrutura.
Segundo o Gartner, o mercado mundial de serviços em nuvem pública deve crescer 21,4% este ano, movimentando mais de US$ 186 bilhões, o que representa um aumento considerável em comparação aos US$153,5 bilhões em 2017. Para o Brasil, a consultoria IDC prevê que o investimento em cloud pública movimente US$ 1,7 bilhão no ano e praticamente dobre até 2020.
Empresas devem estar preparadas para a revolução dos dados
O fato é que o uso intensivo de tecnologias como big data, analytics e inteligência artificial vem revolucionando a forma como as empresas coletam e analisam grandes volumes de dados, tornando mais ágeis os processos de tomada de decisão em diversos segmentos e no setor público. Neste último caso, por exemplo, o desafio de simplificar os serviços para melhorar a experiência dos cidadãos requer o desenvolvimento de suas políticas para que o investimento em infraestrutura possibilite que os gestores façam o uso mais eficiente de tecnologias como cloud.
Aplicações e benefícios do armazenamento na nuvem
O segmento de maior crescimento do mercado é o de infraestrutura como serviço (IaaS), que engloba hospedagem de sites, aplicativos web, análise de big data, armazenamento, backup, desenvolvimento, etc. De acordo com os analistas do Gartner, este setor deve crescer, em todo o mundo, 35,9% em 2018 e alcançar US $ 40,8 bilhões.
Espera-se que os dez principais provedores de serviços em nuvem respondam por quase 70% do mercado de IaaS até 2021. Apesar das projeções favoráveis, a IDC aponta que a utilização de servidores locais ainda é maioria nas empresas. Isso porque o número de companhias que preferem instalar localmente seus sistemas gira atualmente entre 70% e 80%.
Além de sustentar as novas tecnologias, os benefícios da adoção de nuvem são redução de custo, melhor eficiência operacional e liberação de espaço nos servidores (data centers) internos. A adoção da nuvem pública pode trazer os seguintes benefícios:
Redução de custos
A partir do momento em que se contrata um serviço de cloud pública, a empresa reduz gastos com equipe e manutenção de data centers dedicados. A nuvem pública permite acesso a uma infinidade de recursos, sem necessidade de grande investimento inicial.
Um estudo da consultoria 451 Research, que compara o TCO (custo total de propriedade) entre a nuvem privada e pública, apontou que os gastos no uso de ambas variam de acordo com o serviço contratado e que a nuvem pública apresenta um TCO mais baixo para a contratação de processamento com menor carga de trabalho.
Flexibilidade
Em apenas alguns minutos o administrador pode reconfigurar o ambiente inteiro, enquanto em sistemas tradicionais levariam dias ou até meses. Isso significa um tempo praticamente nulo de indisponibilidade durante atualizações. Além disso, neste modelo, torna-se viável o pay per use, ou seja, pagar apenas pelo período em que a máquina virtual ficou ativa.
Segurança
Analistas do Gartner avaliam que a nuvem pública pode ser mais segura até que os data centers internos. Isso em razão de os provedores adotarem diversos mecanismos de proteção e camadas de segurança para o isolamento das aplicações dos clientes. Muitos deles podem ser mais rígidos que os utilizados internamente pelas organizações.
O cenário ainda é de algumas incertezas no que diz respeito à cloud computing, mas aos poucos, empresas e instituições públicas deixam de investir em data centers e buscam tecnologias disruptivas para otimizar os seus negócios. A nuvem pública é a porta de entrada das companhias no mundo de cloud.