O impacto da IA no consumo de energia
Simone Rodrigues, Editora da Infra News Telecom
A adoção da IA – inteligência artificial traz inúmeros benefícios, mas também grandes desafios como, por exemplo, o impacto energético. O uso da IA generativa em larga escala vai ampliar significativamente o consumo mundial de energia elétrica para suprir os altos recursos computacionais para operação contínua das ferramentas associadas à tecnologia.
Outra questão é manter e treinar os modelos de IA generativa. Estima-se que o treinamento de um modelo de linguagem como o GPT-3, por exemplo, consuma cerca de 1.300 megawatts-hora (MWh) de eletricidade; quase a mesma quantidade de energia utilizada anualmente por 130 residências nos EUA. Só para se ter uma ideia, a transmissão de uma hora da plataforma de streaming Netflix precisa de aproximadamente 0,8 kWh (0,0008 MWh) de eletricidade. Isso significa que você teria que assistir 1.625.000 horas para gastar a mesma quantidade de energia necessária para treinar o GPT-3.
Num artigo publicado nesta edição, Paulo de Godoy, country manager da Pure Storage, aborda justamente a questão da sustentabilidade da inteligência artificial. Segundo ele, para criar um modelo de IA útil são necessários vários elementos. “Isso inclui dados de treinamento, conexão estável, espaço de armazenamento suficiente e GPUs. Cada componente consome energia até certo ponto, mas o poder de computação exigido pelas GPUs é o que mais consome.”
Godoy ainda reforça que as empresas que estão desenvolvendo modelos de IA devem “pesar cuidadosamente o valor acrescentado dessa iniciativa em relação ao seu impacto ambiental. Além disso, a infraestrutura subjacente e as próprias GPUs precisam se tornar mais eficientes.”
Ele também aborda medidas para reduzir o impacto ambiental da IA na indústria de armazenamento e o papel do flash; backup dos data centers; indústria de semicondutores; e operadoras de telecomunicações.
Outros assuntos desta edição são os benefícios da IA na gestão pública, serviços de calibração em laboratórios acreditados, ameaças cibernéticas, inovações tecnológicas, tendências do setor de segurança eletrônica, Internet das coisas, infraestrutura de conexão e data center e Carreira.
Boa leitura!
Simone Rodrigues é jornalista, com pós graduação em comunicação jornalística, além de especialização em mídias sociais. Tem 20 anos de vivência no mercado de infraestrutura e redes de telecomunicações. É fundadora da Infra News Telecom.