O mundo é como a sua lente vê?
Edgar Amorim, facilitador DiSC e coach executivo, da Amorizar Pessoas
Há alguns dias encontrei com uma amiga que é vendedora e logo se juntou a nós um amigo dela, também vendedor. Estávamos falando de comunicação interpessoal e o vendedor citou um caso que aconteceu com ele. Disse que estava, recentemente, com uma nova compradora e que ela não sorria de jeito algum. Depois de várias tentativas, por fim, ele conseguiu tirar um sorriso da compradora. O vendedor achava inadmissível conversar com uma pessoa e ela não sorrir.
Mas, afinal, existe um único jeito de se expressar ou de reagir? O vendedor acredita que sim (e muita gente pensa da mesma forma). Quando um bebê nasce, ele só percebe a si mesmo. Só algum tempo depois ele nota que o alimento vai embora e volta de vez em quando. Essa é a primeira percepção de que existe algo mais, além do próprio bebê. Assim, inicia-se a percepção da existência de outras pessoas. No entanto, sempre levamos para a vida adulta a sensação de que todos percebem o mundo da mesma forma que nós – o que, absolutamente, não é real.
Compreender que a visão de mundo é diferente entre as pessoas é o primeiro passo para a “empatia”. Empatia é saber se colocar no lugar do outro; perceber o mundo como o outro enxerga. Essa não é uma tarefa fácil, é um aprendizado. Quando entendemos isso, fica mais fácil aceitar o outro como ele é, e podemos usar a energia de forma mais produtiva, em vez de tentar fazer o outro atender às nossas expectativas. Há um vídeo interessante sobre empatia no YouTube, vale a pena assistir (https://bit.ly/-empatia).
Vários estudos da mente procuram compreender a personalidade e o comportamento das pessoas. Carl Jung, psiquiatra suíço, desenvolveu a teoria que resulta em 16 tipos de personalidade (que podem ser determinados por uma avaliação conhecida como MBTi – Myers-Briggs Type Indicator).
William Marston, psicólogo, teórico e escritor norte-americano, criou o modelo comportamental DiSC. Por meio de pesquisas, ele descobriu que existem quatro estilos comportamentais – Dominance (Dominância), Influence (Influência), Steadiness (Estabilidade) e Conscientiousness (Conformidade). Dois deles são de pessoas mais diretas e frias, que querem resolver as questões existentes sem muita conversa. Possivelmente, a compradora à qual o vendedor do início deste artigo mencionou tem um desses estilos. Já o vendedor deve ter um dos dois modelos de comportamento, que são mais amigáveis e adoram uma conversa.
As pessoas são como são. O vendedor, que consumiu energia e tempo para fazer a compradora rir, poderia ter ido direto ao “ponto”. Numa situação dessa, a vendedora poderia ter ficado irritada e finalizada a conversa.
E você, acha que o outro sempre deve rir? Ou nunca deve rir? Ou deve simplesmente agir como ele deseja? O quanto isso pode estar atrapalhando sua carreira?
Boa reflexão!
É instrutor certificado Everything DiSC®️ formado pela Wiley Publishing, nos EUA, Coach Executivo e analista comportamental pela Sociedade Latino Americana de Coaching, associada da International Association of Coaching (IAC). Pós-graduado em sócio-psicologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, MBA em Administração de Negócios pelo Instituto Mauá de Tecnologia e engenheiro eletrônico pela Faculdade de Engenharia São Paulo. Tem mais de 40 anos de experiência em organizações de vários portes, incluindo multinacionais, onde assumiu funções de operações e executivas.