O poder do FinOps: Maximizando eficiência e minimizando custos na gestão de tecnologia
Valdinei Ribeiro, head of cloud & DevOps da Iteris
A gestão de tecnologia evoluiu rapidamente nos últimos anos, e com essa evolução veio a necessidade de abordagens mais inteligentes para gerenciar os custos associados. É aqui que o FinOps, ou Gestão Financeira de Operações de TI, entra em cena. O FinOps não é apenas uma prática; é uma mentalidade que visa otimizar a eficiência operacional enquanto mantém um controle rigoroso dos gastos.
De forma prática, o FinOps é uma abordagem que combina pessoas, processos e ferramentas para otimizar os custos operacionais de TI, sobretudo com o serviço de cloud. Em um cenário empresarial cada vez mais complexo, onde as operações de TI podem representar uma parcela significativa dos custos totais, a disciplina surge como uma estratégia vital para garantir que os recursos sejam usados de forma inteligente.
Mas para que isso aconteça efetivamente, é mais do que essencial a colaboração entre algumas equipes-chave, que vão desde o time de engenharia e operações, passando pelo time de finanças e compras, chegando inclusive até o C-level das empresas. Cada uma dessas áreas deve exercer alguns papeis específicos e estratégicos dentro do processo de implementação do framework. Quando diferentes áreas são envolvidas em todo o processo, a transparência e a visibilidade dos custos de TI se tornam naturais, o que proporciona uma base sólida para a tomada de decisões informadas.
E, quando reforçamos que a base desse modelo de gestão financeira deve ser a colaboração, é porque implementá-lo não é apenas uma tarefa técnica; é uma oportunidade estratégica para aprimorar a eficiência e a eficácia dos negócios. Através da abordagem, as empresas podem alcançar reduções substanciais nos custos operacionais, liberando orçamentos para investimentos estratégicos. Para se ter uma ideia, de acordo com dados divulgados pelo Gartner, o bom gerenciamento de custos financeiros com o FinOps pode gerar uma economia de até 70% com os custos de cloud.
Os negócios estão nas nuvens
De acordo com a Pesquisa Global de Nuvem, da Frost & Sullivan, que entrevistou mais de 100 tomadores de decisão de nuvem no Brasil, as empresas brasileiras gastam, em média, 10,22% da receita com investimentos em TI.
Dessas empresas, cerca de 91% utilizam cloud para pelo menos algumas de suas aplicações de negócios e 80% utilizam a nuvem híbrida (nuvem mais data center local). A mesma pesquisa mostra que o volume de dados hospedados está crescendo mais de 40% ao ano. Com as empresas migrando suas informações para a nuvem, FinOps se torna uma disciplina essencial para manter as contas em dia.
Mas é importante reforçar que o FinOps vai além da simples economia de custos. Ele promove uma cultura de responsabilidade, onde todas as equipes compreendem o impacto financeiro de suas ações. Isso leva a decisões mais conscientes, alinhadas aos objetivos financeiros da organização. O resultado é uma abordagem mais holística para a gestão de tecnologia.
Acredito que o FinOps não é apenas uma tendência passageira, mas sim uma abordagem essencial para a gestão financeira de operações de TI no mundo de hoje. Ao combinar colaboração, transparência, automação e responsabilidade, as empresas podem alcançar eficiência operacional enquanto otimizam os gastos. E esses benefícios se estendem além dos números, criando uma cultura organizacional mais consciente e direcionada a resultados. Como líder no setor de tecnologia, a implementação dessa disciplina pode ser a chave para o sucesso sustentável de sua empresa.
Com graduação em Sistemas de Informação e MBA em Gestão de Projetos, Valdinei Ribeiro atua no mercado de TI e desenvolvimento de software há mais de 13 anos. Na Iteris, atualmente, o executivo ocupa o cargo de Head of Cloud & DevOps.