Os dados podem contribuir para mitigar os impactos ambientais e as mudanças climáticas
Prof.ª e Dra. Alessandra Montini
Ao longo deste ano, fomos testemunhas dos inúmeros eventos provocados pelas mudanças climáticas que vêm assolando nosso planeta. Relatórios da agência da ONU – Organização das Nações Unidas destacam que o agravamento da mudança climática tem desencadeado mais secas, inundações e ondas de calor em várias partes do mundo, representando uma ameaça iminente para a vida humana e os meios de subsistência.
A OMM – Organização Meteorológica Mundial tem enfatizado a importância do investimento em monitoramento climático e sistemas de alerta precoce para mitigar os impactos humanitários do clima extremo. Além disso, seus relatórios apontam que a tecnologia avançada está tornando a transição para a energia renovável mais acessível e econômica.
Graças aos avanços nas soluções tecnológicas, como satélites, sensores terrestres, estações meteorológicas, drones e aplicativos móveis, dispomos de informações valiosas sobre temperatura, umidade, qualidade do ar, níveis de poluição e mudanças nos ecossistemas, entre outros dados cruciais. Esta oportunidade não pode ser desperdiçada.
A utilização de redes de sensores distribuídos globalmente permite a coleta em tempo real de informações que alimentam modelos e sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos, como furacões, incêndios florestais e inundações.
A IA – inteligência artificial desempenha um papel significativo na previsão e mitigação de eventos climáticos. Esta tecnologia tem a capacidade de prever o comportamento futuro do clima, identificar tendências de longo prazo e antecipar impactos ambientais, como o aumento do nível do mar.
As previsões baseadas em dados são cruciais para o planejamento de adaptações a eventos climáticos extremos e a implementação de políticas de mitigação que visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Ao identificar as principais fontes de emissões, podemos direcionar esforços para reduzi-las. Além disso, muitas tecnologias verdes, como a energia solar e eólica, se beneficiam da análise de dados para otimizar a produção de energia e reduzir as emissões.
No entanto, para que os dados tenham um impacto real na mitigação das mudanças climáticas e na proteção do meio ambiente, a transparência e a ação coletiva são essenciais. É imperativo que governos, empresas e indivíduos compartilhem e colaborem na coleta, análise e interpretação de dados ambientais, uma vez que as mudanças climáticas e seus impactos afetam a todos nós.
Vale destacar que a eficácia dessas ferramentas depende de nossa vontade coletiva de agir e tomar medidas significativas para proteger nosso planeta. Os dados são a luz que ilumina o caminho, mas é nossa responsabilidade caminhar nessa jornada em direção a um futuro mais verde e sustentável para todos.
Temos uma grande oportunidade de mudar o curso de tragédias que as mudanças climáticas têm causado para muitas pessoas. Só falta utilizarmos, de maneira eficaz e responsável, todos os avanços da tecnologia de informação e da ciência de dados para esse bem em comum.
Diretora do LABDATA-FIA, apaixonada por dados e pela arte de lecionar, Alessandra Montini tem muito orgulho de ter criado na FIA cinco laboratórios para as aulas de Big Data e inteligência Artificial. Possui mais de 20 anos de trajetória nas áreas de Data Mining, Big Data, Inteligência Artificial e Analytics.
Cientista de dados com carreira realizada na Universidade de São Paulo, Alessandra é graduada e mestra em estatística aplicada pelo IME-USP e doutora pela FEA-USP. Com muita dedicação, a profissional chegou ao cargo de professora e pesquisadora na FEA-USP, e já ganhou mais de 30 prêmios de excelência acadêmica pela FEA-USP e mais de 30 prêmios de excelência acadêmica como professora dos cursos de MBA da FIA. Orienta alunos de mestrado e de doutorado na FEA-USP. Membro do Conselho Curador da FIA, é coordenadora de grupos de pesquisa no CNPq, parecerista da FAPESP e colunista de grandes portais de tecnologia.