Pandemia na era dos dados
Prof.ª e Dra. Alessandra Montini
Estamos vivendo um momento de muitas perguntas sem respostas e bastante incerteza no mundo todo. A pandemia da Covid-19 chegou devastando tudo e nós fomos obrigados a nos adaptarmos a nova realidade, no mercado de trabalho, na educação e na economia do país, entre tantas outras áreas. Um vírus que atingiu mais de 100 países, infectou milhares de pessoas e também matou muita gente.
A pergunta que fica é: “Como sair desse caos ileso?”. Minha resposta é: “Ninguém sairá ileso, mas existem formas diferentes de encarar isso”. A preocupação com a crescente disseminação da Covid-19 fez cidades entrarem em estado de quarentena, funcionários trabalharem em home office e fábricas pararem suas atividades.
Nos próximos anos não teremos como evitar as perdas e os impactos do Coronavírus em nossas vidas. A humanidade sofre um verdadeiro “apagão” e após ele nada será como antes. Precisaremos reprogramar o presente e mudar o futuro.
As redes sociais ganham cada vez mais força e possibilitam que cada um seja dono da sua própria verdade, mas se tem uma coisa que todos precisam concordar é que estamos na ERA DOS DADOS! Sim, somos monitorados 24 horas por dia. A digitalização nunca foi tão importante como agora.
A quantidade de informações gerada pela humanidade cresce em ritmo acelerado. Vivemos conectados e o aumento dos dispositivos é cada vez maior. Com a pandemia, o avanço descompassado do digital nos trouxe a economia dos dados e está mudando inclusive o comportamento dos consumidores.
Na década de 1950 o desejo dos pesquisadores era construir computadores que possuíssem as mesmas características do cérebro humano (máquinas com inteligência artificial). Hoje temos técnicas de inteligência artificial que podem auxiliar em várias tomadas de decisão. O mercado de IA ajuda milhões de empresas a utilizar dados para converter objetivos em ação.
A IDC global divulgou um estudo recente que diz que o mercado de inteligência artificial terá uma CAGR – taxa de crescimento anual composta de 46,2%, chegando a US$ 52 bilhões em 2021. Os gastos com inteligência artificial triplicarão até 2022, com isso temos uma projeção de que o valor chegará a US$ 77,6 bilhões daqui a quatro anos, três vezes mais do que os US$ 24 bi de 2018.
O machine learning e o deep learning serão tendências que deverão crescer mais rápido na categoria de tecnologia ao longo da previsão, representando cerca de 40% de todos os gastos cognitivos e de inteligência artificial com um CAGR de cinco anos de 43,1%.
Se você é empreendedor ou gestor de empresa e está lendo este artigo, eu te pergunto: ”Você sabe realmente o por que precisa de uma solução de inteligência artificial?; “Será que tenho dados necessários para contratar uma solução dessa?”; “Como os dados devem ser estruturados?”; “É possível usar alguma solução já pronta?”; “Como escolho um fornecedor para esse tipo de serviço?”; “Como usar a solução de IA?”; “Qual é a importância dela para o meu negócio?”.
Posso afirmar que esse é um caminho sem volta para todos os setores e indústrias. Por conta da tecnologia avançada, as práticas e técnicas de machine e deep learning são cada vez mais empregadas pelas empresas em sistemas e demais soluções.
Veja alguns exemplos de aplicações: minimizar problemas; otimizar o tempo; fazer gestão de estoques; evitar ruptura de estoque; fazer alinhamento da cadeia de suprimento; permitir solicitação automatizada de produtos; oferecer melhor gestão de vendas (tempo real); monitoramento de menções e referências às empresas no Twitter, associando machine learning a regras linguísticas; detecção de fraudes; pontuação de crédito; obter vantagem competitiva oferecendo produtos aos clientes com base nos dados gerados pelos sensores; previsão de receitas de uma mercadoria; mensuração de níveis de êxito em campanhas de marketing; e oferecer produtos com base no rastro digital.
É possível citar ainda os assistentes virtuais, como a Siri; software de reconhecimento facial, como Facebook, que conta com uma grande precisão no reconhecimento de familiares/amigos de usuários, utilizando informações submetidas por eles próprios; ofertas personalizadas sugeridas para seu e-commerce; e indicações de conteúdos oferecidos pela Netflix;
Conclusão, a inteligência artificial auxilia as empresas na análise de dados e na tomada de decisões e analisa as informações de forma inteligente. Os softwares também agrupam dados e aplicam cálculos mais complexos. Esses algoritmos não só absorvem as informações como também refinam tudo aquilo que aprenderam com elas. E você, vai ficar fora dessa?
Diretora do LABDATA-FIA, apaixonada por dados e pela arte de lecionar, Alessandra Montini tem muito orgulho de ter criado na FIA cinco laboratórios para as aulas de Big Data e inteligência Artificial. Possui mais de 20 anos de trajetória nas áreas de Data Mining, Big Data, Inteligência Artificial e Analytics.
Cientista de dados com carreira realizada na Universidade de São Paulo, Alessandra é graduada e mestra em estatística aplicada pelo IME-USP e doutora pela FEA-USP. Com muita dedicação, a profissional chegou ao cargo de professora e pesquisadora na FEA-USP, e já ganhou mais de 30 prêmios de excelência acadêmica pela FEA-USP e mais de 30 prêmios de excelência acadêmica como professora dos cursos de MBA da FIA. Orienta alunos de mestrado e de doutorado na FEA-USP. Membro do Conselho Curador da FIA, é coordenadora de grupos de pesquisa no CNPq, parecerista da FAPESP e colunista de grandes portais de tecnologia.