Pesquisa mapeia o avanço do edge computing e das APIs nas operadoras de telecom
Redação, Infra News Telecom
A F5, focada em soluções para entrega de aplicações corporativas, anunciou os resultados de sua pesquisa global “State of Application Strategy Telecom”. O levantamento foi realizado ao longo do segundo semestre de 2021 com líderes de 68 operadoras de telecom, incluindo quatro executivos de provedoras brasileiras, de empresas com mais de 10 mil colaboradores. “A pesquisa lança luz sobre os desafios que essa vertical enfrenta em 2022. A chegada do 5G está revolucionando a tecnologia e a cultura desses gigantes”, diz Maurício Ribeiro, diretor de vendas para o segmento de services providers da F5 Brasil.
Segundo o estudo, 88% dos entrevistados já estão implementando ou planejam implementar ao longo de 2022 ambientes de edge. Operadoras globais e empresas com atuação no Brasil têm razões diferentes para avançar para o edge computing. Fora do Brasil, os motivos para isso são, em primeiro lugar, aumentar a performance de aplicações (49%), seguido de suportar implementações IoT – Internet das coisas (46%) e, em terceiro lugar, garantir a coleta e a análise de dados (40%).
“No Brasil, o edge computing tem sido visto primeiramente como uma resposta à disseminação de dispositivos IoT. Isso está acontecendo especialmente em serviços públicos, facilities como plantas de energia e água, e em aplicações industriais”, explica Ribeiro. Em seguida, vem a busca pela melhoria contínua da performance de aplicações e, por fim, a demanda por soluções distribuídas de coleta e análise de dados.
O edge computing está, em alguns casos, se disseminando sem que as questões de segurança digital tenham sido equacionadas. “Enquanto o core das redes 5G tem sido objeto de cuidadosos estudos sobre como proteger essa infraestrutura, os ambientes distribuídos baseados em edge computing ainda correm riscos. Há casos em que são planejados e implementados sem as devidas precauções de segurança”, completa Irineu Costato, system engineer da F5 Brasil.
O estudo ainda revela os desafios enfrentados pelas operadoras em relação ao uso e proteção das APIs – Application Programming Interfaces. Entre as operadoras pesquisadas, 71% ou já estavam utilizando ou se preparavam para, ao longo de 2022, implementar soluções de proteção das APIs que estão modernizando as aplicações que suportam os processos dessas empresas. “A cultura de APIs dos Services Providers ainda precisa ganhar maturidade”, observa Ribeiro. “Enquanto o domínio sobre essas linguagens é algo habitual para os desenvolvedores de aplicações, o mesmo não ocorre com os experts em redes”.
Cada vez mais presentes no dia a dia das operadoras, as APIs trazem riscos como problemas de documentação, autenticação fraca, ausência de criptografia e endpoints sem recursos de segurança. “Soluções sob medida para proteger as APIs podem ajudar as operadoras a resolver essa questão”, diz Ribeiro.
Outro desafio é a organização da operadora em silos: há uma falta de integração entre os times de rede e os times de desenvolvimento de aplicações. Para Ribeiro, é importante seguir realizando ações de treinamento e capacitação dos gestores, formando um profissional preparado para imprimir segurança à rede 5G desde o projeto até a entrega dos serviços digitais.